PS/Açores quer alargar apoios às empresas do turismo até final de 2021
Covid-19
20 de jan. de 2021, 15:49
— Lusa/AO Online
“Esta medida atribui um apoio
até ao limite de 75% dos custos fixos que as empresas do setor turístico
irão assumir até ao final deste ano”, avançou o deputado
socialista Sérgio Ávila, ex-vice-presidente do Governo Regional, numa
conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.O
executivo açoriano da coligação PSD-CDS-PPM tinha anunciado hoje a
atribuição de mais de um milhão de euros de incentivos a empresas do
setor do turismo, ao abrigo do Programa de Apoio aos Custos Operacionais
das Empresas do Setor do Turismo, criado para mitigar os impactos
económicos da pandemia de Covid-19.Segundo
Sérgio Ávila, a medida proposta pelo PS tem o mesmo objetivo da criada
na anterior legislatura, mas é mais abrangente e tem um período temporal
diferente.“Esta medida visa não só criar
um apoio aos custos fixos mais abrangente e mais generalizados entre 01
de abril e 31 de dezembro [de 2021], como tem como comparação o efeito
de perda de faturação no último trimestre de 2020 face a 2019 e a
obrigatoriedade de assegurar a continuidade da manutenção do emprego até
o final de setembro deste ano”, salientou.O deputado
socialista considerou que o setor do turismo deverá continuar a
apresentar uma quebra de receitas em 2021 e é preciso adotar novas
medidas para assegurar a manutenção do emprego.“Conseguimos
durante o ano de 2020 manter o emprego e mantivemos o emprego porque
conseguimos criar as medidas de apoio às empresas. Era e é essa a
estratégia que consideramos que deve prosseguir: o apoio público às
empresas deve visar criar as condições para que as empresas possam
manter o seu nível de emprego até se ultrapassar esta situação de
pandemia”, frisou.Sérgio Ávila disse que,
“até agora, o Governo limitou-se a prorrogar algumas das medidas que o
anterior Governo tinha implementado”.“Não
basta anunciar várias vezes a mesma medida, baixando o seu montante
progressivamente”, apontou, referindo-se ao anúncio de um programa de
apoio à liquidez com 10 milhões de euros por parte do presidente do
executivo, seguido de um anúncio do mesmo programa com 9 milhões de
euros por parte do secretário regional que tutela o emprego.O
deputado ressalvou, no entanto, que o PS não pretende “fazer crítica
pela crítica”, mas apresentar propostas para minimizar as dificuldades
dos empresários.“Estamos aqui a apresentar
soluções para dar continuidade àquilo que conseguimos no último ano com
a pandemia: manter o rendimento das famílias, manter o emprego e manter
as empresas”, sublinhou.A proposta de
decreto legislativo regional do PS dará entrada hoje na Assembleia
Legislativa da Região Autónoma dos Açores e abrange as empresas da
hotelaria e alojamento, restauração e bebidas, aluguer de equipamentos
de transporte, agências de viagens, operadores turísticos e guias
turísticos.Pelas contas do PS, a medida deverá envolver no total uma verba na ordem dos 15 milhões de euros.A
iniciativa prevê a comparticipação até 75% dos encargos com
"eletricidade, água, rendas e alugueres de segurança, contabilidade,
‘software’, licenças de direitos de autor, seguros e manutenção de
elevadores".“O apoio corresponderá a 50%
dos custos fixos, se a quebra de faturação for entre 25 a 50% no último
trimestre de 2020, face ao mesmo período de 2019, e de 75% se a quebra
da faturação for superior a 50%”, adiantou Sérgio Ávila.O
valor elegível “não pode exceder a média dos custos suportados no
último trimestre de 2020” e o apoio terá um limite de 125 mil euros por
empresa e de 500 mil euros por grupo de empresas do mesmo proprietário.“Como
contrapartida deste apoio, as empresas terão que assegurar o mesmo
nível de emprego que tinham em junho de 2020 até ao fim de setembro
deste ano. Se mantiverem até 90% do emprego existente, o apoio é
reduzido em 50%”, acrescentou o deputado.