PS/Açores propõe novo estatuto de pessoal não docente com critérios objetivos
28 de jun. de 2022, 18:11
— Lusa/AO online
“Há
a preocupação de colocar, no próprio decreto legislativo regional, todo
um conjunto de critérios objetivos, que vão dizer a cada uma das
escolas, fazendo as suas próprias contas, qual é o direito a que têm de
assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos superiores”,
avançou o deputado regional socialista, em declarações à Lusa, à margem
de uma reunião com o conselho executivo da Escola Secundária Vitorino
Nemésio, na Praia da Vitória, na ilha Terceira.Em
fevereiro, o parlamento açoriano aprovou uma proposta, do BE/Açores, de
alteração ao decreto legislativo regional que estabelece o Estatuto do
Pessoal não Docente do Sistema Educativo Regional, com o voto contra do
PS e o voto favorável das restantes bancadas. A
iniciativa visava corrigir os critérios para a contratação de
assistentes operacionais nas escolas da região, de modo a terem em conta
o número de alunos por turma, a tipologia dos edifícios escolares, a
sua dimensão e o meio social onde se inserem.Rodolfo
Franca reiterou que a alteração não pode ser feita por portaria ou
decreto regulamentar regional, sob pena de a contratação de funcionários
ficar “ao critério da direção regional” da Educação.Segundo
o deputado socialista, “nos próximos dias” dará entrada no parlamento
açoriano uma proposta do PS para a criação de um “novo estatuto do
pessoal assistente e técnico de apoio à educação e ensino”, com
“critérios objetivos”.“Há
um conjunto de critérios que procurámos fazer com que sejam muito
mensuráveis, na medida do possível. São critérios que colocam, não de
uma forma subjetiva, mas objetiva, o cálculo”, salientou.Entre
os exemplos dados por Rodolfo Franca para que as escolas tenham direito
a mais trabalhadores está o facto de terem uma “tipologia mais
dispersa” ou de não recorrerem a “serviços externos”.Também
o facto de terem “funcionários com uma idade mais elevada” ou um número
de funcionários com “atestado médico de longa duração” poderá
influenciar o cálculo.“É um diploma complexo, porque procurámos fazer com que seja um diploma completo. Torna-o ambicioso e torna-o complexo”, frisou.O diploma prevê ainda que seja garantido o direito à formação contínua, no período não letivo.Segundo Rodolfo Franca, esse direito já está contemplado na lei, mas “a tutela não tem dado a importância devida”.A
proposta do PS vai baixar à comissão e não deverá ser aprovada antes do
arranque do novo ano letivo, mas o deputado alertou para a
possibilidade de faltarem assistentes e técnicos de apoio à educação e
ensino já a partir de setembro.“Sabemos
que são mais de 340 colaboradores ocupacionais que vão sair do nosso
sistema de ensino até ao início do ano letivo. Quando isto é compensado
com 183 vagas de recrutamento, deixa-nos deveras preocupados”, afirmou.“Traz
às escolas um problema agravado, porque as escolas já se deparam com o
problema da falta de recursos humanos ao nível dos docentes”,
acrescentou.