PS/Açores pede pela 3.ª vez troca de correspondência sobre vacinação
Covid-19
7 de jul. de 2021, 17:32
— Lusa/AO Online
“Se
o Governo nada tem a esconder sobre estes procedimentos no âmbito da
vacinação deve, de imediato, disponibilizar a informação em causa e não
utilizar expedientes dilatórios, que não têm enquadramento nem
relevância, quando se trata de correspondência trocada entre o Governo e
instituições, no âmbito de políticas públicas, sobretudo quando estamos
a falar de políticas públicas de vacinação”, afirmou o deputado
socialista Berto Messias, numa conferência de imprensa, em Angra do
Heroísmo.O
Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, determinou, no início de
fevereiro, a realização de uma ação inspetiva ao processo de vacinação
contra a Covid-19 nos Açores, depois de terem surgido notícias que davam
conta de suspeitas de irregularidades em algumas instituições, mas
ainda não são conhecidas as conclusões.A vacinação contra a Covid-19 iniciou-se nos Açores, a 31 de dezembro, pelos lares de idosos nas ilhas Terceira e São Miguel.Quando
surgiram na comunicação social denúncias de alegadas inoculações
indevidas, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo
(uma das instituições visadas), Bento Barcelos, disse que só recebeu a 05 de janeiro informação oficial relativa às orientações sobre o
processo.Ouvido
na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa dos Açores,
em fevereiro, o secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, garantiu,
no entanto, que "todas as orientações” eram do conhecimento das
instituições a 30 de dezembro.Segundo
Berto Messias, nessa audição, o secretário da Saúde disse ter em sua
posse a correspondência trocada entre o Governo Regional e as
instituições em causa, tendo realçado que, “através dessa
correspondência, se perceberia bem todos os procedimentos envolvidos”.Os
socialistas solicitaram, por requerimento, o acesso a essa
correspondência, em março e novamente em abril, mas das duas vezes o
executivo recusou fazê-lo, invocando a violação dos regulamentos de
proteção de dados.Para
o deputado do PS, este argumento não é válido porque há procedimentos
administrativos e legais que permitem omitir os dados pessoais.“Julgamos
que o Governo tem a obrigação, tem o dever, de tornar pública esta
correspondência, porque não estamos a falar de questões jurídicas, não
estamos a falar de questões administrativas, não estamos a falar de
questões regulamentares, estamos a falar de opções políticas que o
Governo tomou no âmbito das políticas públicas”, frisou.Em
causa, segundo Berto Messias, está documentação que permita perceber
“quais foram as orientações” dadas pelo executivo e “quais os
procedimentos adotados” pelas instituições para apurar as
“responsabilidades” em caso de se comprovarem irregularidades.“Se
o senhor presidente do Governo todos os dias tenta apregoar a
necessidade de mais transparência, aquilo que tem de fazer é,
obviamente, dar indicações ao senhor secretário da Saúde para que envie
essa correspondência ao parlamento, para que todos sejamos
esclarecidos”, salientou.