PS/Açores pede ao Governo Regional que reverta fecho de lojas da SATA
30 de jul. de 2024, 17:37
— Lusa/AO Online
Em declarações aos
jornalistas na delegação da Assembleia Legislativa da Região Autónoma
dos Açores, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o vice-presidente
do grupo parlamentar socialista, Carlos Silva, disse ser “importante”
que o executivo de coligação reconheça “o erro” e “dê instruções à
administração da SATA para reverter essa decisão”.Segundo
Carlos Silva, o contrato de concessão celebrado entre o Governo
Regional e a SATA Air Açores no âmbito da concessão das ligações
interilhas 2021-2026, inclui o funcionamento de 16 lojas e a empresa irá
encerrar “as lojas nos centros urbanos”, passando de 16 para nove.“E
é isso que queríamos destacar aqui hoje, que é uma aparente violação
dos termos que estão definidos no caderno de encargos e que foram
celebrados entre a SATA e o Governo Regional dos Açores”, disse.Por
isso, acrescentou, “é importante […] que o Governo [Regional] esclareça
se, de facto, [perante] aquilo que foi assinado e que está previsto no
caderno de encargos, se essa decisão representa uma violação dos termos
definidos no caderno de encargos”.“E, se
sim, o nosso apelo é que o governo reverta rapidamente essa decisão,
porque, além de ser precipitada e insensível, aparentemente não bate
certo com aquilo que está definido no caderno de encargos e isso pode
representar consequências do ponto de vista legal para a própria
companhia e para o Governo Regional dos Açores”, alertou.Contudo,
insistiu, “mais importante do que as consequências legais, é que o
Governo reconheça, de facto, o erro e que dê instruções à administração
da SATA para reverter essa decisão”.Para o
PS/Açores isso é “aquilo que deveria ser feito rapidamente, porque é
isso que defende, efetivamente, o interesse da região e que protege os
açorianos no seu acesso aos serviços da SATA, que são muito importantes e
que a distinguem de outras companhias”.Carlos
Silva considerou ainda que a decisão do novo presidente da SATA, Rui
Coutinho, em encerrar todas as lojas físicas da companhia aérea na
região, nos centros urbanos, transferindo todos os funcionários e
serviços para os aeroportos, é “precipitada, insensível e pouco
estudada”.A medida “vai prejudicar
bastante a população mais frágil e mais idosa” e as ilhas de menor
dimensão e população, que “não têm muitas alternativas como, por
exemplo, agências de viagem presenciais”, alertou.A
SATA anunciou em 19 de julho que vai reorganizar, a partir de
quinta-feira, o modelo de atendimento, concentrando os serviços de venda
de bilhetes, reservas e informações nos balcões do aeroporto e
atendimento telefónico, em vez das lojas."A
partir do próximo dia 01 de agosto, as companhias aéreas do grupo SATA,
SATA Air Açores e Azores Airlines, concentrarão os seus serviços de
atendimento aos clientes nos Açores (venda de bilhetes, alterações de
reservas e informações gerais) nos balcões de aeroporto e através do
Contact Center (serviço de atendimento telefónico)", informou. Segundo
a companhia aérea, a reorganização do modelo de atendimento implicará
"a transferência dos serviços e dos recursos humanos das atuais lojas",
localizadas em centro urbano, "para concentrar, sempre que possível, nos
balcões de atendimento nas estruturas aeroportuárias da companhia nos
Açores", visando "canalizar esforços para oferecer um serviço de
atendimento presencial ou remoto cada vez mais eficiente aos clientes
das transportadoras".A SATA justificou que
a reorganização está inserida "num plano mais abrangente e compreensivo
que tem como objetivo assegurar a sustentabilidade da empresa a médio e
longo prazo".A medida tem sido criticada por diversas entidades, como partidos, parceiros sociais e autarquias.