PS/Açores pede ao Governo Regional “combate eficaz” às dependências
13 de jul. de 2023, 12:51
— Lusa/AO Online
“E é esse o alerta e o desafio que
colocamos a este Governo Regional no derradeiro ano desta legislatura:
que disponibilize os recursos necessários, financeiros, humanos,
materiais, para um combate eficaz às dependências, que permita travar
esta verdadeira epidemia que ameaça alastrar pela nossa região”, disse a
deputada socialista.No terceiro dia do
plenário da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, que
decorre na Horta, ilha do Faial, Célia Pereira fez a primeira
intervenção política do dia sobre a problemática das dependências, que
considerou “um fenómeno complexo que mais do que um problema de
segurança pública é, em particular, um problema sociossanitário”.“O
agravamento deste fenómeno, consequência da severidade dos consumos das
NSP (novas substâncias psicoativas) exige que se promovam respostas
mais eficazes a este flagelo, respostas que vão além de uma intervenção
assistencialista”, disse.O PS exige “que
se reforce a capacidade e os meios das instituições que lidam com as
dependências, por forma a assegurar uma intervenção caracterizada por
uma visão proativa das pessoas e pela promoção da coesão sociofamiliar,
do desenvolvimento pessoal, social e local e da proteção dos grupos mais
vulneráveis”.A deputada referiu que o
relatório anual do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e
nas Dependências (SICAD), com números que reportam a 2021, revelou que o
problema das dependências “é mais notório no caso dos Açores, em que o
consumo de droga está acima da média nacional e acima da média registada
na Madeira, não apenas nas denominadas drogas sintéticas”.Para a socialista, “é urgente a adoção de medidas que envolvam os principais parceiros públicos e privados".Disse
também que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) quando chegou ao poder
“tinha já disponíveis meios de diagnóstico e intervenção em favor das
comunidades e das famílias, mas não os soube aproveitar”.“Após
quase três anos deste Governo de coligação, nem a senhora secretária
regional da Saúde e Desporto, nem o presidente do Governo Regional
podem, nem devem, adiar a tomada de medidas urgentes, alegando que não
conhecem bem a realidade regional das pessoas afetadas pelo flagelo das
drogas sintéticas”, salientou.Na discussão do tema, o deputado único do Chega, José Pacheco, disse que é preciso que a região combata o fenómeno.“Há
50 anos que nós não estamos a fazer absolutamente nada. Andamos a por
pensos, remendos e a falar bonito, mas a verdade é que agora com o
fenómeno das [drogas] sintéticas está explicado o grau de dificuldade”,
referiu.Já o deputado bloquista António
Lima considerou que o fenómeno tem de ser olhado como um problema social
e de saúde e apontou que na região não se tratou o problema da
toxicodependência “verdadeiramente como um problema de saúde”.Fábio Soares (PSD) reconheceu que o flagelo atinge muitas famílias açorianas e muitas faixas etárias.O
PS preocupa-se em “criticar o Governo Regional da coligação e criar um
determinado alarmismo na população açoriana”, observou, apelando a todos
os partidos para que estejam unidos na apresentação de “propostas
credíveis” que possam ajudar o Governo a combater o problema.Paulo
Estêvão (PPM) lembrou que o PS, quando esteve no Governo, apresentou
“um conjunto de ideias, de projetos, que não funcionaram, que não
tiverem eficácia”.Disse que “proibir e perseguir” não funciona e lembrou que o atual Governo “tem dito que este é um problema grave”.“Ninguém
está contente com aquilo que se passa”, disse o deputado Pedro Neves
(PAN), que também considerou que os partidos e os governos devem
trabalhar “em união”.Para a deputada
Catarina Cabeceiras, do CDS-PP, o problema não surgiu agora e deve ser
tratado com todos (Governo, autarquia, escolas, etc.).O
Governo Regional tem dado prioridade ao assunto e vai continuar a
trabalhar, apesar de o PS dizer “que nada está a ser feito”, disse.