PS/Açores diz que utilização de glifosato em espaços públicos é um “retrocesso”
8 de jan. de 2025, 16:40
— Lusa/AO Online
Em comunicado, o
partido manifesta, uma vez mais, a sua “preocupação com os efeitos
nocivos” que possam advir da utilização de herbicidas com glifosato em
espaços públicos, “sobretudo, para a saúde humana”.O
membro do secretariado regional do PS/Açores, Alexandre Pascoal, citado
na nota, considera que a aprovação da proposta do Chega na Assembleia
Legislativa dos Açores, em dezembro de 2024, representa “um verdadeiro
retrocesso” para a região, depois de, em 2020, ter proibido a sua
utilização.O uso de herbicidas com
glifosato nos Açores passou a ser permitido em situações excecionais,
quatro anos depois da sua proibição em espaços públicos, de acordo com
um decreto legislativo regional publicado hoje em Diário da República.A
alteração ao decreto legislativo regional de 2020 que interditava o uso
de herbicidas com glifosato em espaços públicos, foi
aprovada em dezembro na Assembleia Legislativa dos Açores, por proposta
do Chega, com os votos a favor do proponente, dos partidos da coligação
que governa a região (PSD, CDS-PP e PPM) e da IL e os votos contra de
BE, PS e PAN.O diploma, que entra em vigor
na quinta-feira, mantém a proibição da aplicação de produtos com
glifosato em zonas urbanas, espaços de lazer e vias de comunicação, mas
autoriza-a, “excecionalmente”, nessas zonas, em “áreas geográficas
limitadas”, para “prevenir ou corrigir situações de risco,
designadamente para o ambiente, agricultura ou floresta”.Desde
janeiro de 2021 que estava em vigor nos Açores a legislação que proibia
o uso de fitofarmacêuticos com glifosato, sob qualquer forma, em zonas
urbanas, zonas de lazer e vias de comunicação, que foi regulamentada em
2022.Segundo o diploma, “não se verificam,
atualmente, quaisquer entraves ao uso de produtos fitofarmacêuticos que
contenham glifosato”, por isso, “a legislação regional atualmente em
vigor deverá permitir, pelo menos para determinadas situações
absolutamente justificáveis, a utilização excecional daquele tipo de
produto”.No comunicado, o PS/Açores
reafirma que a proposta é “irresponsável e, além de representar um risco
para a saúde humana, afetará, também, a biodiversidade”.“Aguardamos
a discussão da petição que deu entrada nos serviços da Assembleia
Legislativa dos Açores contra a utilização do glifosato em espaços
públicos na região”, conclui.