PS/Açores diz que PSD não quer participar na "nobre tarefa" de construir o futuro
30 de nov. de 2018, 10:45
— Lusa/AO Online
"Além de não ter qualquer
vontade de participar na nobre tarefa de construir o futuro da região
enquanto forem outros a governar, esta liderança do PSD enferma de uma
gritante hipocrisia política, plena de contradições e devedora apenas de
um único propósito: derrubar, por qualquer via, de qualquer forma, a
maioria do voto popular no PS e chegar ao poder", declarou André
Bradford.O parlamentar socialista falava
no parlamento dos Açores, na Horta, ilha do Faial, no encerramento da
discussão na generalidade das propostas de Plano e de Orçamento para
2019.Numa intervenção muito crítica para
com o PSD e o seu líder recém-eleito, Alexandre Gaudêncio, Bradford
advogou que a "rejeição liminar e antecipada do Plano e do Orçamento"
por parte dos sociais-democratas "não é coisa nova, é coisa velha dos
últimos cinco anos", que "não tem nada de novo nem de renovado". "Novo
e inspirador seria a possibilidade de podermos dialogar sem condições
em prol das aspirações dos açorianos. Isso sim seria marcar a
diferença", disse ainda.Depois, o chefe da bancada do PS criticou Alexandre Gaudêncio por posições tomadas enquanto autarca da Ribeira Grande."Que
coerência pode ser atribuída a um líder partidário que, dirigindo há
seis anos o concelho com a maior percentagem de beneficiários do
Rendimento Social de Inserção da região, exige que o Governo Regional se
responsabilize sozinho pela resolução do problema?", questionou André
Bradford.E prosseguiu: "Que dizer do facto
de o município da Ribeira Grande ter prescindido de contribuir com
propostas de melhoria, quer para a Estratégia Regional de Combate à
Pobreza quer para o subsequente o Plano de Ação?".O
líder parlamentar socialista acusou ainda o autarca, sem nunca dizer
diretamente o nome de Gaudêncio, de integrar no orçamento da autarquia
"a mesma verba" para o apoio social e para a rubrica "mercados e
feiras". Bradford lembrou que ainda que o
Orçamento para 2019 "marca a segunda metade da execução do contrato
eleitoral", celebrado com os açorianos em 2016, e "o que foi feito nos
dois primeiros anos da atual legislatura demonstra bem" que se está a
"respeitar o compromisso assumido" com "inegáveis resultados positivos,
que fazem diferença no dia-a-dia de cada açoriano, de cada família, de
cada empresa"."O Plano e o Orçamento que
aqui debatemos têm uma marca de água distintiva: a marca da
responsabilidade. Responsabilidade que só está ao alcance de quem sabe
que não é prometendo tudo, a toda a hora, a todos, que se cumpre o
desígnio de reforçar o caminho de desenvolvimento e progresso social e
económico na região", prosseguiu o deputado do PS.A
proposta de Orçamento dos Açores para 2019, cujo debate e votação
sucedem até sexta-feira, tem um valor global de 1.604,8 milhões de euros
e pretende ser, diz o executivo regional, um documento de "confiança" e
"previsibilidade" no trajeto económico.Dos mais de 1,6 mil milhões de euros do orçamento, um total de 205,6 milhões de euros diz respeito a operações extraorçamentais."Prevê-se
que as despesas de funcionamento dos serviços e organismos da
administração regional atinjam os 887,5 milhões de euros, sendo
financiadas quase integralmente pelas receitas próprias, que se estimam
em 742,3 milhões de euros, o que corresponde a uma taxa de cobertura de
83,6%", indica a proposta.