PS/Açores diz que início do ano letivo “desmente propaganda” do Governo Regional
10 de set. de 2024, 15:45
— Lusa/AO Online
“Certo é que, à data de hoje,
início do ano letivo, a realidade desmente a propaganda do Governo
[Regional], ou seja, faltam docentes, faltam assistentes operacionais,
faltam bolseiros ocupacionais, faltam manuais digitais, faltam os
equipamentos, e outras tantas provas de que, afinal, não está tudo bem”,
afirmou a deputada socialista Inês Sá na Assembleia Legislativa
Regional, na Horta, no arranque do primeiro plenário após as férias de
verão.Na declaração política sobre
educação, feita da tribuna, a parlamentar referiu que as escolas dos
Açores “abrem portas faltando mais de 100 docentes, mais de 200
assistentes operacionais e com a situação dos bolseiros ocupacionais por
resolver”.“Foi um abrir de portas
apressado, uma semana antes das escolas do continente, e os resultados, a
impreparação, estão à vista”, vincou Inês Sá.No
debate, o deputado da IL, Nuno Barata, disse que o PS “não pode
declinar responsabilidades”, porque as questões “não se resolvem de um
dia para o outro”, e observou que este foi o “pior início de ano escolar
das últimas décadas nos Açores”.Algumas
escolas, indicou, “estão a cair aos bocados” e “não é desculpa ter
‘caído’” o executivo, no final de 2023, e não ter havido então um
Orçamento para 2024 (apenas aprovado em maio).“Em tempo de vindimas, quanto à educação, o Governo Regional é ‘muita parra e pouca uva’”, acrescentou.António
Lima (BE) apontou que os relatos sobre problemas verificados no
arranque do ano letivo “são extremamente preocupantes”, destacando a
falta de professores, de assistentes operacionais e bolseiros
ocupacionais, atrasos com manuais escolares e problemas com transportes.“A
quantidade de problemas, de trapalhadas, é sinal de que este Governo
[Regional] simplesmente está a desistir da educação, está a desistir de
resolver os problemas, continua com a lengalenga dos 24 anos do PS”,
observou.Por sua vez, Délia Melo (PSD)
disse que os socialistas apontam responsabilidades ao executivo regional
de forma “demagógica”: “Esta declaração política quase pareceu uma ‘mea
culpa’ daquilo que foi a vossa ação. Mas, ainda bem, que desde 2020 os
açorianos deixaram de contar com o PS para podermos avançar realmente na
educação.”“Não negamos a existência de
dificuldades, existem realmente. E nós não estamos a dizer que está tudo
perfeito, porque não está. Agora, este Governo [Regional] tem
trabalhado incansavelmente para reverter esta situação que encontrou e
para dar resposta às dificuldades”, concluiu. João
Mendonça (PPM) também apontou críticas aos executivos do PS, referindo
que o “problema crítico” de falta de professores hoje existente no Corvo
e nas Flores “é resultado direto e exclusivo dá má gestão dos governos
socialistas”.Já Pedro Pinto, do CDS-PP,
disse que não são negadas algumas dificuldades na educação, mas
considerou que os resultados da atual governação “são incomparavelmente
melhores” do que os da governação do PS. Além
disso, lembrou que há cinco anos o PS disse que “não eram precisos mais
professores” e o novo ano letivo “começa com mais 134 professores no
quadro”: “Só o nosso governo de coligação, em quatro anos, já contratou
para o quadro, deu estabilidade, a mais de 600 professores”.O
deputado do Chega José Pacheco apelou ao executivo para que acabe
imediatamente com os manuais digitais: “Nós temos é gente dependente da
tecnologia, que já nem escrever sabe.”A
fechar o debate, a secretária Regional da Educação, Sofia Ribeiro,
respondeu às críticas da oposição e reconheceu que existe o problema
recorrente da falta de professores.A
tutela, explicou, acompanha anualmente a taxa de colocação de docentes
e, este ano letivo, “98,3% dos docentes foram colocados na primeira
fase” e estão três vagas por colocar. “Nós
estamos a reparar uma série de asneiras que foram feitas [e que estão] a
prejudicar a classe docente”, disse Sofia Ribeiro, dirigindo-se à
bancada socialista açoriana.