PS/Açores diz que Governo Regional tem folga para complementar medidas da República
Crise/Inflação
7 de set. de 2022, 10:16
— Lusa/AO Online
“A criação de um
segundo pacote de apoio por parte do governo da República torna mais
evidente a omissão e inação do governo regional [dos Açores] na
utilização de verbas que o próprio governo não previu no orçamento para
2022, ou seja, verbas a mais que recebeu por força da inflação,
nomeadamente com o IVA [Imposto sobre Valor Acrescentado]”, afirmou
Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores, em declarações aos jornalistas na
Horta.Para o também deputado regional do
PS, o Governo Regional dos Açores “tarda em tomar as medidas” de apoio
às famílias e às empresas, pois “tem a folga orçamental para isso mas
não se mexe”, continuando sem “devolver o dinheiro que lucrou com a
inflação”.“Até julho, só no IVA, os dados
do Governo demonstram que arrecadou cerca de 18,5 ME a mais [do que
estava previsto no orçamento regional de 2022]. Com o atual padrão de
transferências mensais, o que se estima é que, em 2022, estejamos a
falar de um valor a mais de cerca de 50 milhões de euros”, alertou Vasco
Cordeiro.Elogiando “o principio de
devolver às famílias o que o Estado arrecadou a mais por efeito da
inflação”, o líder socialista açoriano defendeu que se “deve aplicar
também na região”. “O Governo Regional também deve devolver o que arrecadou a mais por força da inflação”, sustentou.Para Vasco Cordeiro, nos Açores não se tem “assistido a intervenção forte de apoio às famílias”.“Com
uma ordem de grandeza de 50 milhões de euros [de verba a mais], a
conclusão é que o governo da republica já fez a sua parte. Agora é
preciso que o governo regional faça a sua”, frisou.O
também ex-presidente do Governo Regional explicou também que “os
açorianos beneficiarão das medidas” anunciadas pela República.Relativamente
a algumas delas, terão direito “por ação direta” da decisão nacional,
ao passo que outras dependem da “intervenção do Governo Regional”, como
no caso do imposto sobre os combustíveis ou na área dos transportes.O
Governo liderado por António Costa anunciou na segunda-feira um pacote
de medidas de apoio aos rendimentos das famílias, que ascende a 2,4 mil
milhões de euros, tendo em vista a mitigação dos efeitos da inflação e
do aumento dos custos energéticos.As
medidas incluem a redução do IVA no fornecimento de eletricidade dos
atuais 13% para os 6% até dezembro de 2023, o prolongamento da vigência
até ao final do ano da suspensão do aumento da taxa de carbono, da
devolução aos cidadãos da receita adicional de IVA e da redução do ISP
(imposto sobre produtos petrolíferos).Será
também atribuído um pagamento extraordinário no valor de 125 euros a
cada cidadão não pensionista com rendimento até 2.700 euros brutos
mensais.A todas as famílias,
independentemente do rendimento, será feito um pagamento extraordinário
de 50 euros por cada descendente até aos 24 anos que tenham a cargo.Os
pensionistas vão receber 14 meses e meio de pensões, em vez dos
habituais 14 meses, sendo a meia pensão extra paga em outubro.Foram
igualmente anunciados aumentos das pensões, em 2023, de 4,43% para
pensões até 886 euros, de 4,07% para pensões entre 886 e 2.659 euros, e
de 3,53% para as outras pensões sujeitas a atualização.