PS/Açores diz que Governo Regional "compactuou" com acordo "menos favorável" a trabalhadores
10 de fev. de 2023, 18:18
— Lusa
Francisco
Coelho referiu que “há mais de um ano que o Sindicato [dos
Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e
Similares, Comércio, Escritórios e Serviços, Hotelaria e Turismo dos
Açores] estava a negociar com a Câmara do Comércio e Indústria de Angra
do Heroísmo uma nova convenção coletiva para os trabalhadores, mas a
instituição acabou por celebrar um contrato de igual teor com outra
estrutura sindical”. O Sindicato dos
Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e
Similares, Comércio, Escritórios e Serviços, Hotelaria e Turismo dos
Açores (SITACEHT/Açores) esteve reunido hoje, a seu pedido, em Angra do
Heroísmo, na ilha Terceira, com o grupo parlamentar do PS/Açores.De
acordo com o parlamentar, o sindicato alega que “o contrato celebrado
tem como representação dos trabalhadores um sindicato que, na altura,
não tinha legitimidade, porque não os abrangia estatutariamente”.Segundo
o deputado, o sindicato referiu que foi afirmado que “isso não podia
deixar de ser do conhecimento das estruturas regionais do trabalho,
administrativas e politicas”.“Prezando a
autonomia, a liberdade e a concorrência sindical, a alegação de que as
estruturas regionais e governativas terão, no entender da alegação do
sindicato, cometido ilegalidades e aceite contratos por quem não tem
legitimidade para assiná-los, parece-nos politicamente grave", afirmou o
deputado da oposição.O parlamentar
salvaguardou que o partido irá acionar os meios que os grupos
parlamentares têm ao nível do regimento e junto do Governo Regional para
o "cabal esclarecimento desta situação”.Francisco
Coelho apontou que o Governo dos Açores “deve pugnar politicamente pelo
estrito cumprimento da legislação do trabalho, pela defesa dos direitos
dos trabalhadores, liberdade sindical, o que não terá acontecido”,
segundo alega o sindicato.Para o
socialista, ao não se ter respeitado estes princípios, “isso significa
que o Governo compactuou com um acordo que é obviamente menos favorável
aos trabalhadores, mais favorável às entidades patronais do que aquele
que o sindicato pretendia implementar e propôs para negociação”.De
acordo com Francisco Coelho, em causa estará a “violação de normas e
procedimentos que garantem a liberdade e igualdade sindical”.Em
janeiro, na segunda manifestação feita num período de três meses, o
coordenador do SITACEHT/Açores, Vítor Silva, acusou a câmara de comércio
de ter negociado um contrato de com um sindicato sem
“representatividade” e sem “legitimidade no setor do comércio e
escritórios”.Em Angra do Heroísmo, a 03 de
janeiro, mais de uma centena de pessoas protestaram com cartazes e
cânticos, reivindicando um contrato coletivo de trabalho “digno”, com
melhores horários e salários.