PS/Açores diz que Governo Regional anda "distraído" perante dificuldades de "famílias e empresas"
21 de jul. de 2022, 06:22
— Lusa/AO Online
“Parece
que o Governo está distraído. Não está a aperceber-se da gravidade da
situação que famílias e empresas nos Açores estão a passar fruto do
aumento dos custos”, afirmou Vasco Cordeiro.O
presidente do grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa dos
Açores, e antigo chefe do executivo regional, falava numa conferência de
imprensa que marcou o encerramento das jornadas parlamentares dos
socialistas açorianos, na ilha Graciosa.Na
segunda-feira, o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro,
respondeu às criticas da oposição sobre a alegada falta de iniciativa
para mitigar os efeitos do aumento da inflação, admitindo reforçar os
apoios para as famílias “carenciadas”.José
Manuel Bolieiro lembrou que foi o seu Governo que diminuiu as taxas do
IRS (Imposto sobre o Rendimento Singular), do IVA (Imposto sobre o Valor
Acrescentado), do IRC (Impostos sobre o Rendimento Coletivo) e do ISP
(Impostos sobre os Produtos Petrolíferos), até ao “máximo possível
previsto na Lei de Finanças das Regiões Autónomas”.Questionado
pelos jornalistas sobre as declarações do chefe do executivo açoriano, o
líder da estrutura regional do PS frisou que "a baixa de impostos que
aconteceu na região, em 2021, não é resposta para os níveis de inflação"
que se verificam este ano.Para Vasco
Cordeiro, o Governo Regional quer "convencer as pessoas" de que "agiu
por antecipação, baixando impostos antes da inflação sequer surgir". "Dizer
que a resposta à subida de inflação é a baixa de impostos ocorrida em
2021 não nos parece que seja a abordagem correta, nem é revelador de uma
compreensão correta da dimensão do desafio que temos à nossa frente",
afirmou o líder socialista açoriano.Vasco
Cordeiro voltou a referir que as medidas para mitigar os efeitos do
aumento da inflação "já deviam ter sido tomadas", recordando que "desde
novembro do ano passado o PS tem vindo a alertar para a situação".E em março deste ano, acrescentou, o partido "apresentou soluções e uma resolução com pedido de urgência, o que foi chumbado".O
PS "não vê da parte do Governo a capacidade de liderança, a capacidade
de apresentar soluções", criticou ainda, assegurando que os socialistas
vão continuar "a apresentar propostas"."Só
gostávamos era que essas propostas pudessem ser pelo menos analisadas
na sua substância e que o Governo as aplicasse para alívio daqueles que
estão em situação de maior fragilidade", afirmou.O
presidente do grupo parlamentar do PS voltou a referir-se à redução do
"imposto sobre os combustíveis" como uma medida que o Governo "tem
capacidade" para implementar e que iria abranger "famílias e empresas"."E,
há capacidade para fazer isso, porque o Governo está a receber mais ou
menos, um bocadinho mais, o mesmo montante de receita de impostos que
recebia em 2021. Estamos a falar até maio de 23 milhões de euros de
receita de impostos arrecadada", explicou.Na
conferência de imprensa, José Ávila, deputado do PS/Açores no
parlamento açoriano, eleito pelo círculo eleitoral da Graciosa, criticou
a ação governativa em áreas como o turismo, economia, educação e saúde.Segundo
o deputado, as ilhas mais pequenas, como a Graciosa, "sofreram um duplo
ataque à coesão que custou tanto a conquistar", referindo-se ao "fim do
transporte marítimo de passageiros, viaturas e carga" e ao "fim dos
encaminhamentos dos passageiros aéreos não residentes".