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PS/Açores diz que Bruxelas não conhece “com exatidão” o que se passa na SATA

O vice-presidente da bancada do PS/Açores, Carlos Silva, afirmou que a Comissão Europeia (CE), que deu o aval à restruturação da SATA, não conhece “com exatidão” o que se passa na empresa


Autor: Lusa/AO Online

“Eu não sou porta-voz da CE, mas parece-me que não conhece com exatidão tudo o que está a acontecer no grupo SATA”, afirmou Carlos Silva aos jornalistas, em Ponta Delgada, enumerando “além dos resultados, toda a instabilidade, a ausência de diálogo, de comunicação, normas que são impostas aos trabalhadores sem que isso tenha cumprimento legal”.

O deputado da oposição falava após uma reunião dos deputados socialistas com a delegação dos Açores do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA).

A CE aprovou, no dia 07 de junho de 2022, os planos do governo português para conceder um auxílio à reestruturação da transportadora aérea SATA no montante total de 453,25 milhões de euros.

Carlos Silva lembrou que já existiram salários em atraso na SATA, que a empresa continua a “endividar-se diariamente para colocar dinheiro na Azores Airlines”, que os “prejuízos em mais ou menos quatro anos são de quase 300 milhões de euros” e que tem “um passivo que já ronda os 700 milhões de euros”.

“Eu tenho muita dificuldade em que a CE diga que isso é um rumo bom e que o caminho que foi traçado está a ser cumprido”, afirmou.

O deputado admitiu que “as dificuldades já existiam em 2020”, mas a situação “agravou-se significativamente”, não havendo um “rumo definido”.

O socialista manifestou “toda a solidariedade com os trabalhadores do grupo SATA” e lamentou que “não haja comunicação nem informação prestada aos trabalhadores”, a par de uma “total desmotivação e sentimento de abandono por parte do Governo Regional e da administração da SATA”.

“É inadmissível que praticamente três anos desde o início do processo de privatização [da Azores Airlines], ainda não se saiba bem qual é o rumo que se quer seguir”, bem como “quais as consequências” se o processo não for bem concluído, a par dos impactos para os trabalhadores.

Carlos Silva considera que, da parte do Governo dos Açores, há um “total silêncio e desrespeito com os trabalhadores”, havendo uma “série de informação que não é prestada aos trabalhadores, aos deputados e aos açorianos em geral”, bem como “ao próprio consórcio” Newtours Aviation.