PS/Açores diz que assistência da República prova “falência” do Governo Regional
25 de nov. de 2024, 12:01
— Lusa/AO Online
“Só as dívidas a fornecedores e
apoios por pagar rondam os 500 milhões de euros, o que atesta bem a
dimensão do problema. Prova maior desta falta de capacidade em honrar os
compromissos é o facto de o Governo Regional ter solicitado assistência
financeira à República, apesar de negar”, declarou o deputado Carlos
Silva. O socialista falava no início do
debate do Plano e Orçamento dos Açores para 2025, que começou na
Assembleia Legislativa, na Horta.O
parlamentar considerou que o reforço extraordinário de 75 milhões nas
transferências do Orçamento do Estado para a região (contemplado numa
proposta de alteração de PSD e CDS-PP) comprova a “insustentabilidade
das finanças públicas” dos Açores, lembrando que o Governo Regional
"pediu 150 milhões sem restrições, mas, aparentemente, apenas será
concedido metade e totalmente condicionado ao abate de dívida”.Carlos
Silva recordou ainda que o atual Governo dos Açores
beneficiou do “maior volume de sempre de fundos comunitários e de
receitas fiscais”, mas visou as políticas do executivo que revelaram ser
de “um enorme fracasso”, exemplificando com o aumento de “quase mil
milhões” da dívida pública.“O Orçamento da
Região para 2025 comprova o desequilíbrio orçamental recorde. Só o
saldo corrente é negativo em quase 250 milhões de euros, ou seja, as
receitas correntes cobrem apenas 84% das despesas correntes, quando em
2019 este rácio era de 111%”, assinalou.Carlos
Silva insistiu que é “cada vez mais evidente que o Governo da coligação
está em “falência” e alertou para a falta de respostas na saúde e na
habitação.“E esta falência, apesar da
negação, reflete-se, por exemplo, nos investimentos que ficam na gaveta,
no aumento dos custos financeiros e nas dívidas que não param de
crescer”, reforçou.E prosseguiu: “Perante
este cenário, há quem nos acuse de alarmismo. Mas, será que é alarmismo
dar voz a quem tem medo de represálias ou alertar que uma empresa ou
associação corre o risco de despedir funcionários porque o Governo não
lhe paga há mais de um ano?”.Alertando que
os Açores estão “financeiramente de rastos”, o socialista defendeu que é
“fundamental inverter rapidamente o rumo, corrigir os erros e preparar a
região para ciclos económicos mais difíceis”.“De
forma transversal, de Santa Maria ao Corvo, sentimos uma crescente
desconfiança dos açorianos no Governo Regional, por falta de medidas
robustas e também por incumprimento reiterado dos compromissos
assumidos”, salientou.