PS/Açores defende que União Europeia deve premiar práticas sustentáveis
24 de abr. de 2019, 16:15
— Lusa/AO Online
“Temos
um tipo de agricultura muito mais sustentável do ponto de vista
ambiental do que outras e são os nossos agricultores, pelo facto de
terem um tipo de estrutura com menos escala, que acabam por ser mais
penalizados”, adiantou.Francisco César
falava, em Angra do Heroísmo, numa conferência de imprensa de
encerramento das jornadas parlamentares que o PS promoveu na ilha
Terceira, desde segunda-feira, sobre “Os Açores na Europa pós-2020”.Segundo
o líder da bancada parlamentar, a União Europeia tem de manter apoios
que permitam aos agricultores açorianos ultrapassar as dificuldades
provocadas pelo fim das quotas leiteiras, mas também nas pescas, para
assegurar rendimentos justos aos pescadores.“Nós
cumprimos e somos, no âmbito das regiões ultraperiféricas, a região que
mais tem preocupações ao nível da sustentabilidade dos recursos e
fazemos esse debate anualmente com Bruxelas. Há muitas outras regiões
que não o fazem. Essa preocupação tem de ser compensada ao nível do
rendimento, não só naquilo que tem a ver com o financiamento, mas também
na legislação que nos é imposta”, frisou.Além
dos setores tradicionais, o deputado socialista realçou a necessidade
de garantir a manutenção de verbas europeias nas áreas da ciência,
inovação e energia, que considerou “prioritárias” para os Açores.“A
Terceira é a zona líder no país ao nível da área de crescimento de
novas tecnologias. O projeto do Air Centre é um projeto de investigação
que poderá trazer externalidades positivas”, sublinhou, realçando ainda o
potencial do projeto Terceira Tech Island, que já fixou oito empresas
de programação na ilha Terceira, e o Space Port, que deverá ser criado
na ilha de Santa Maria.Para Francisco
César, é através de debates, como o promovido pelo PS nestas jornadas
parlamentes, que se combate a abstenção para as eleições europeias, que
nos Açores atingiu os 80%, em 2014.“A
verdade é que neste processo específico que já tem dois, três meses, o
que nós notamos é que nós já fizemos debates no parlamento, já fizemos
jornadas parlamentares, temos estado completamente sozinhos neste
debate”, salientou.O líder da bancada
parlamentar do PS apontou culpas ao PSD, alegando que a obrigação do
maior partido da oposição é discutir as eleições europeias e, em vez
disso, discute as eleições autárquicas e ataca o Partido Socialista.Francisco
César considerou ainda que, o facto de o PSD/Açores não ter um
candidato na lista nacional do partido às eleições europeias, não é
apenas um problema interno do PSD, porque “fará com que os Açores
reduzam a sua representação para metade” no Parlamento Europeu.“O
facto de o PSD/Açores, na sua relação com o PSD nacional, não ter tido a
capacidade para garantir aos Açores uma representação parlamentar no
Parlamento Europeu, não criou um problema ao PSD, criou um problema aos
Açores. Estas são as únicas eleições onde não há rivalidade entre
candidatos, o que há é garantir que tivéssemos dois deputados no
Parlamento Europeu nas duas maiores famílias políticas”, reforçou.