PS/Açores critica “planos vazios” e “promessas adiadas” no combate às dependências
12 de dez. de 2024, 17:02
— Lusa/AO Online
“A luta
contra as dependências não se faz com planos vazios ou promessas
adiadas. Faz-se com medidas concretas, acompanhadas de uma avaliação
rigorosa e transparente, que nos permita corrigir o rumo sempre que
necessário”, afirmou o deputado do PS/Açores Russel Sousa, na Assembleia
Legislativa Regional, na Horta.O
socialista afirmou que o consumo de drogas ilícitas nos Açores é “cerca
de duas a três vezes superior à média nacional” e que “cerca de 36% dos
jovens açorianos relatam problemas associados ao consumo de álcool”.O
deputado evocou a situação dos sem-abrigo para considerar “urgente” a
implementação da rede regional de cuidados continuados em saúde mental e
defendeu uma “aposta na prevenção” e a reativação das 19 redes de
intervenção local.Russel Sousa alertou
para a gravidade do consumo de substâncias psicoativas na região e
questionou o trabalho da ‘task-force’ criada pelo Governo Regional
(PSD/CDS-PP/PPM) para combater aquele flagelo.“Até
hoje, nunca soubemos exatamente o conteúdo das reuniões da 'task-force'
criada para lidar com esta problemática, o que levanta sérias dúvidas
sobre a transparência e eficácia do trabalho desenvolvido”, sublinhou.No
debate, a secretária da Saúde e Segurança Social salientou que o
combate às dependências deve ser “motivo de união” e lamentou a
utilização do tema para a “trica partidária”.Mónica
Seidi reconheceu que os Açores lideram o consumo de várias substâncias a
nível nacional, mas realçou que existem vários indicadores que revelam
uma “tendência de descida” ao nível do consumo de álcool, tabaco e
drogas ilícitas.“Há medidas estruturais que demoram tempo”, vincou.A
governante elogiou ainda o trabalho da 'task-force', que permitiu criar
equipas de rua, defendo, contudo, que aquele grupo “não pode
substituir” a direção regional de Prevenção e Combate às Dependências.Já
Jaime Vieira (PSD) lembrou que o Governo Regional triplicou as verbas
para combater as dependências, enquanto José Pacheco (Chega) criticou o
PS por ter legalizado o consumo de drogas em Portugal.O
centrista Pedro Pinto avisou para a “questão fundamental do combate ao
narcotráfico”, enquanto o monárquico Paulo Margato advogou que o combate
às drogas “tem de ser repensado” porque a “prevenção não se faz só com
as equipas de rua”.O deputado do BE
António Lima considerou que o “foco” devem ser os “efeitos” das
substâncias e “não o caráter legal ou ilegal”, defendendo que “só pela
prevenção é que a procura pode ser reduzida”.