PS/Açores critica Orçamento de "ilusão e sobrevivência política" que promove "austeridade"
21 de nov. de 2022, 15:05
— Lusa/AO Online
“Este é um
Orçamento de pura ilusão e sobrevivência política. A única prioridade é a
manutenção no poder do PSD, do CDS-PP, do PPM, do Chega e da Iniciativa
Liberal”, afirmou Carlos Silva, referindo-se aos acordos de incidência
parlamentar dos partidos que compõem o executivo, e que abrangem ainda o
deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega).O
deputado falava na intervenção de abertura do debate sobre o Plano e
Orçamento regionais para 2023, no plenário que hoje começou na
Assembleia Legislativa, na cidade da Horta, ilha do Faial.Para
os socialistas, o Orçamento Regional para 2023 é também “de contas
erradas, promove a austeridade e coloca a região em contraciclo com o
resto do país”. “Este é um cenário profundamente preocupante, criado por políticas erradas da direita conservadora”, alertou.O
parlamentar considerou que o documento representa uma “oportunidade
perdida para melhorar as condições de vida dos açorianos”. “Os
açorianos estão a ficar par trás. O PS está ao lado dos açorianos,
comprometido com soluções que ajudem famílias e empresas”, disse.O
PS, acrescentou, começa a semana “consciente da responsabilidade que
recai sobre o partido mais votado e com deputados eleitos em cada uma
das nove ilhas”.O PS foi o partido mais
votado nas eleições regionais de 2020, elegendo 25 parlamentares, após
governar a região durante 24 anos, 20 dos quais com maioria absoluta.PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação. Carlos
Silva insistiu na ideia de que o Governo Regional deve devolver às
famílias e empresas os “50 milhões de euros angariados em receitas
extraordinárias de IVA” devido ao aumento dos preços e chamou a atenção
para o “desequilíbrio financeiro superior a 400 milhões de euros”. “A
três meses do final do ano, este governo não executou sequer metade do
plano aprovado neste parlamento. Até setembro existe desequilíbrio
recorde, superior a 173 milhões de euros”, notou. Isto, indicou, “sem esquecer a dívida pública, que já ascende a três mil milhões de euros”.“Aumentou [a dívida pública] em 27% em apenas 18 meses e está bem acima do limite do endividamento”, criticou.Para
o PS, “a manter-se este ritmo de endividamento galopante, só nesta
legislatura o governo da coligação fará mais dívida pública do que os
governos do PS em 24 anos”.“O
endividamento zero [plasmado no Orçamento para 2023] acontece não porque
o governo queira, mas porque o governo não pode endividar-se mais”,
acusou.O PS considera, por isso, que “os que apregoam o rigor são, afinal, cúmplices do crescimento mais rápido da divida da região”.O
Orçamento dos Açores para 2023, de cerca de 1,9 mil milhões de euros,
começou hoje a ser debatido no plenário da Assembleia Legislativa
Regional, onde a votação final global deve acontecer na quinta ou na
sexta-feira.A Assembleia Legislativa dos
Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do
PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa
Liberal, um do PAN, um do Chega e há ainda um deputado independente
(eleito pelo Chega). PSD, CDS-PP e PPM representam, juntos, 26 deputados.A
coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega
e com o deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega), e o PSD um
acordo com a IL.