PS/Açores critica nova matriz de risco e defende vacinação em crianças
Covid-19
9 de ago. de 2021, 14:41
— Lusa/AO Online
Em
conferência de imprensa realizada na delegação da Assembleia
Regional em Ponta Delgada, Tiago Lopes considerou que a “nova matriz de
risco”, apresentada pelo executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) na
sexta-feira, assenta em critérios “profundamente questionáveis”.O
socialista condenou a adoção do número de óbitos semanais como um dos
critérios para a implementação de medidas de controlo da Covid-19.“A
vida humana deve ser sempre salvaguardada e preservada e um governo não
pode alicerçar a sua intervenção no número de mortes registadas quando
tem os meios e os recursos necessários para as evitar”, declarou o
deputado e anterior diretor regional da Saúde.A
nova matriz de risco dos Açores, em vigor desde as 00h00 de hoje,
estabelece três critérios para a definição da situação epidemiológica: a
taxa de incidência semanal de novos casos, a variação semanal dos
internamentos e o número de óbitos por semana.Tiago
Lopes criticou ainda a abolição dos testes ao sexto dia, quer nas
deslocações para a região, quer entre as ilhas açorianas.“Irá
retirar um dos mecanismos de monitorização e controlo da propagação do
vírus SARS CoV-2, que irá, por sua vez, influir determinantemente na
incidência de novos casos registados, um dos critérios subjacente à nova
matriz de risco”, afirmou, sobre o fim dos testes ao sexto dia no
arquipélago.O
deputado do PS na Assembleia Legislativa dos Açores disse ainda não
compreender a decisão do Governo Regional “de não proceder à vacinação
das crianças e jovens acima dos 12 anos idade”, lembrando que o novo ano
letivo vai começar “sensivelmente dentro de um mês”.Questionado
sobre se o PS/Açores defende a vacinação em crianças com ou sem
patologias associadas, Tiago Lopes afirmou que a “componente técnica”
cabe ao Governo Regional.“Isto
é uma decisão que tem de residir puramente na vertente técnica e não
existindo essa componente técnica agora, neste momento, porque o
presidente da comissão [de luta contra a pandemia] se demitiu, de que
forma é que o Governo regional está a tomar as suas opções no combate à
pandemia?”, questionou.Tiago
Lopes considerou que a demissão de Tato Borges demonstra que o
executivo açoriano assenta o combate à pandemia em “posições políticas
em detrimento de posições técnicas”.“O
governo escondeu dos açorianos e do parlamento que o principal
responsável pela luta contra a pandemia na região se demitiu em
discordância com a gestão política feita pelo governo”, criticou Tiago
Lopes.