PS/Açores critica Governo PSD/CDS-PP/PPM "derrotado" e "perdido no seu labirinto"
23 de nov. de 2022, 20:22
— Lusa/AO Online
“Num tempo em que os
Açores mais precisam de um Governo ágil, capaz, especialmente motivado,
diligente e empenhado em fazer chegar verbas ao investimento público e à
economia, surge um governo já cansado, pesado, que se arrasta perdido
no labirinto que ele próprio criou, de validações e contra validações,
de confirmações e reconfirmações, entre os numerosos centros de poder
que o compõem e sustentam”, afirmou Vasco Cordeiro, na intervenção de
encerramento do debate sobre o Plano e Orçamento para 2023.Para
o ex-presidente do Governo (2012-2020), “a hora é do Governo Regional
[PSD/CDS-PP/PPM] se chegar à frente antes que seja tarde para muitas
famílias e empresas dos Açores”, mas “prefere aguardar”, enquanto o PS
considera que “o tempo é este”, avançando com o “Plano de Emergência
Social e Económica dos Açores, de quase 50 milhões de euros destinado a
ajudar as famílias, as empresas e as instituições de solidariedade
social e misericórdias dos Açores a ultrapassarem a crise financeira”.Vasco
Cordeiro garantiu que “não significa necessariamente” que os
socialistas estão “contra outras medidas de apoio” a famílias e
empresas, mas recusa o caminho seguido pelo Governo.“Pedem-nos
que, em nome da responsabilidade, votemos a favor de dois documentos
que constituem a expressão institucional deste caminho para onde o
Governo Regional arrasta a nossa região. Não! É exatamente pelo sentido
de responsabilidade que temos que não podemos alinhar neste estado de
coisas”, vincou.“Nós não vamos por aí. Aqui dentro deste parlamento, cada um decidirá o que fazer. Nós não podemos ir por aí”, insistiu.De
acordo com o também líder do PS/Açores, “o Governo apresenta-se hoje
derrotado perante si próprio e perante os açorianos, confrontado com as
consequências da sua incapacidade que levam a uma taxa de execução
historicamente baixa” daquele que foi apresentado como “o maior plano de
sempre da história da Autonomia [o de 2022]”.“Este é um Governo que se revela incapaz de fazer e demasiado desconfiado para deixar fazer”, assinalou.De
acordo com o socialista, “o secretário regional do partido A não confia
no diretor regional do partido B que, por sua vez, só fala com o
secretário regional C, que sendo doutra área, é, no entanto, do seu
partido”.“E assim julga o Governo Regional
que vai andando, quando, na verdade, se arrasta e arrasta a região na
sua incapacidade de operacionalizar ou de decidir, mas, sobretudo, na
incapacidade de fazer”, lamentou.Quanto ao
endividamento zero previsto no Orçamento para 2023, Vasco Cordeiro diz
que se trata de uma imposição legal, porque “a dívida pública da região
já ultrapassou o valor de mais de metade do valor da riqueza que criou
no último ano em que existem dados publicados”.“Na
atual conjuntura social e económica, a região não pode deixar de fazer
tudo o que estiver ao seu alcance para colocar-se inequivocamente ao
lado das famílias e das empresas para ajudá-las a ultrapassar a tormenta
que já aí está. O Governo regional está hesitante. Adota medidas a
medo, hesita, demora-se, age o mais tarde possível e, algumas vezes, age
tarde demais”, descreve.Quanto ao Plano
de Emergência do PS, Vasco Cordeiro diz que “é uma solução forte,
robusta e que contempla diversos apoios sociais que são imperativos face
às hesitações e ao medo do Governo se chegar à frente pelos açorianos”.O
Orçamento dos Açores para 2023, de cerca de 1,9 mil milhões de euros,
começou na segunda-feira a ser debatido no parlamento regional, onde a
votação deve começar na quinta-feira.