PS/Açores critica amadorismo na reconstrução do HDES e pede respostas para o imediato
20 de nov. de 2024, 16:02
— Lusa/AO Online
“O
que nos preocupa é que temos uma infraestrutura que está em parte
paralisada, em que não foram feitas obras, e temos soluções de recurso
que estão neste momento a prestar um serviço à população que não é um
serviço que nos agrada e que não é bom”, declarou Francisco César.O líder dos socialistas açorianos falava aos jornalistas no HDES, após uma reunião com o conselho de administração.“Não
temos boa capacidade de resposta ao nível das urgências, não temos boa
capacidade de resposta ao nível do que é a produção cirúrgica. Não temos
boa capacidade de resposta, em suma, no que deve ser o funcionamento do
Serviço Regional de Saúde”, acrescentou.O
hospital de Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um
incêndio a 04 de maio, que obrigou à transferência de todos os doentes
internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região.Entretanto,
o executivo dos Açores instalou um hospital modular, orçado em 12
milhões de euros, para garantir a transição até à requalificação
estrutural do HDES.Francisco
César considerou que existem “mais dúvidas do que respostas” no processo
de reconstrução daquela unidade de saúde, criticando a falta de rumo do
Governo Regional.“Ao
longo de todo o processo está a haver amadorismo. Está a ser feita muita
coisa em cima do joelho e o caminho que está a ser seguido não é
claro”, reforçou.O socialista frisou que a
construção do hospital modular “não era a solução consensual” no
anterior conselho de administração e revelou que a atual direção do HDES
pretende ampliar aquela infraestrutura, que ainda não tem todos os
serviços operacionais.“O serviço de
urgência do hospital modular já vai ser ampliado em relação à sua
solução inicial porque não foi pensado para o pico do inverno e para as
respostas que eram necessárias dar”, alertou.Sobre
o atraso na reabertura de serviços no hospital modular, o presidente do
PS/Açores disse estar mais preocupado com os cuidados de saúde à
população no imediato."O governo assumiu
que abria em dezembro, não abriu e vai abrir em janeiro. Essa parte é a
que menos preocupa porque as obras derrapam e as coisas acontecem. O que
me preocupa é a capacidade de resposta, tem de haver capacidade de
resposta não é só quando abrir, é agora”, salientou.Francisco
César realçou que se a intenção do Governo dos Açores for construir um
“hospital para o futuro” tal poderá implicar uma demora de 10 a 15 anos.“A
pergunta que podíamos fazer é se, entretanto, não podíamos ter reaberto
o serviço de urgência [no HDES]. A administração disse que não era
possível, mas, por exemplo, outras pessoas com responsabilidades em
anteriores direções dizem que isso teria sido possível”, sublinhou.A 08 de outubro, o presidente do Governo dos Açores defendeu a aposta na
infraestrutura modular até à modernização do hospital de Ponta Delgada,
que deverá incluir um centro tecnológico universitário, alertando que
não será uma “transição a curto prazo”.