PS/Açores apresenta 11 medidas para viabilização do Orçamento
16 de set. de 2024, 15:21
— Lusa/AO Online
"O Partido
Socialista veio aqui demonstrar a sua disponibilidade para viabilizar o
Plano e o Orçamento da região caso seja possível chegarmos a um
entendimento sobre um conjunto de matérias", afirmou Francisco César, em
declarações aos jornalistas.O presidente
do PS/Açores falava no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, na ilha de
São Miguel, após uma audiência com o presidente do Governo Regional
(PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, no âmbito do processo de
auscultação sobre as antepropostas de Plano e Orçamento Regional para
2025."Há aqui uma oportunidade de
construirmos um orçamento ao centro ou um desperdício de uma
oportunidade e o governo optar por construir um orçamento junto da
direita populista, da direita racionaria como é o Chega", sustentou o
líder regional do PS.Segundo Francisco
César, as 11 propostas apresentadas pelos socialistas açorianos "são
acomodáveis" no orçamento, "mantendo o endividamento zero" da região."Penso
que as pessoas estão cansadas da afirmação exclusiva da divergência e
não da afirmação da construção. Um documento como o orçamento da região é
estruturante que merece da nossa parte consenso desde que esse consenso
seja efetivamente construído", reforçou.Entre
as medidas apresentadas pelo líder socialista açoriano consta a
implementação de um programa de apoio às despesas de alojamento dos
estudantes universitários deslocados, medida que visa comparticipar,
mensalmente, a partir de 01 de março de 2025, “as despesas suportadas
pelas famílias açorianas com estudantes deslocados no continente e
interilhas”.Na habitação, os socialistas
açorianos propõem um programa que incida em três eixos, nomeadamente
colocar no mercado habitações existentes para arrendamento ou venda a
jovens, reabilitação e incentivo à construção de novas habitações para
venda ou arrendamento.Francisco César
elencou também um programa de apoio ao aumento dos jovens açorianos com
qualificação ao nível do ensino superior, assim como a criação de um
programa de acompanhamento e incentivo para que os mais jovens "possam
regressar à região após a conclusão do ensino superior”.Quanto
às creches e jardins de infância, o PS/Açores pretende ver rejeitada a
medida de exclusão de crianças no acesso às creches, apresentada pelo
Chega, propondo o aumento do número de vagas em creche e amas, bem como a
concretização da rede de construção de infraestruturas.Na
saúde, o presidente do PS açoriano propôs que a partir de 2025 seja
reduzido, trimestralmente, o número de açorianos em lista de espera para
cirurgia, nas diversas especialidades, estando disponível para um
acordo com o Governo Regional.Francisco
César preconizou ainda a inclusão de uma medida que garanta que o valor
da dívida pública regional não ultrapasse em 2025 o montante da dívida
pública da região de 2023, bem como a redução, até 30 de março, da
"dimensão dos gabinetes dos membros do Governo, repondo o número de
elementos que existia até 2020".Outra das
propostas refere-se à redução em 50% da dívida não financeira,
“nomeadamente a fornecedores e outras entidades da Administração Pública
Regional, face ao apurado no final de 2024”, garantindo-se “uma redução
mínima de 12,5% por trimestre, no conjunto da Administração Direta,
Fundos e Serviços Autónomos e Empresas Públicas Reclassificadas”.“Propomos
também que o prazo limite dos contratos de prestação de serviços com
prestadores de serviços individuais no âmbito da Administração Pública
Direta, Fundos e Serviços autónomos e Empresas Públicas Reclassificada
seja limitado a três meses e que estes prestadores de serviços sejam
reduzidos em 30%, em 2025, sendo obrigatoriamente publicado
trimestralmente a listagem dos prestadores de serviços e respetivos
montantes”, explicou.Francisco César
defendeu uma maior transparência ao nível da execução do Plano de
Recuperação e Resiliência (PRR) e pediu a publicação trimestral do
relatório."Estamos de braços abertos e com vontade de negociar", reiterou.O
executivo saído das eleições legislativa antecipadas de 04 de fevereiro
Governa a região sem maioria absoluta no parlamento açoriano e, por
isso, necessita do apoio de outro partido ou partidos com assento
parlamentar para aprovar as suas propostas.No
sufrágio de fevereiro, PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando
a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com
23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um
deputado regional cada, completando os 57 eleitos.