PS/Açores anuncia voto contra o Plano e Orçamento da Região para 2022
18 de nov. de 2021, 10:48
— Lusa/AO Online
“É
esta a razão principal pela qual o Partido Socialista votará contra
estas propostas de Plano e Orçamento, por uma razão simples, é que estas
propostas de Plano e Orçamento não respondem àquilo que as famílias,
que as empresas, que a sociedade açoriana necessitaria que estivesse a
ser feito neste momento”, afirmou o líder regional socialista Vasco
Cordeiro.O ex-presidente do Governo
Regional dos Açores e líder do maior partido da oposição falava, em
Angra do Heroísmo, numa sessão pública sobre o Plano e Orçamento da
Região organizada pela estrutura do PS da ilha Terceira.No
dia em que o líder nacional do Chega disse ter dado instruções ao
deputado único do partido nos Açores para retirar apoio ao Governo
Regional, Vasco Cordeiro acusou o executivo açoriano, da coligação
PSD/CDS-PP/PPM de não se ocupar da sua função por estar “distraído”.“Está desde logo ocupado a cuidar da sua sobrevivência. Aliás, como hoje se comprova bem”, apontou.O
líder regional socialista considerou que as propostas de Plano e
Orçamento da Região não dão repostas a um cenário de prevísseis
“perturbações” nos preços, na inflação e nas taxas de juro.“Os
Açores precisam de ter um governo focado nestes aspetos, em procurar e
dar as melhores respostas àquelas que são as tempestades que se avolumam
no horizonte”, frisou.Vasco Cordeiro
lembrou que o Chega não foi o único partido a ameaçar rasgar o acordo de
incidência parlamentar com os partidos que formam a coligação e
criticou a postura do executivo açoriano.“Assistimos
a toda esta telenovela, porque não tem outro nome. Às segundas, quartas
e sextas é um partido que tira o apoio, às terças, quintas e sábados é
outro partido que tira o apoio e ao domingo temos a única entidade que
tem a responsabilidade de garantir as condições de estabilidade a dizer
que está tudo bem”, salientou.Para o líder
regional socialista, os Açores estão “a cair numa situação em que o
futuro da região já é quase negociado a pataco”.“Há
algo de errado e é fundamentalmente o facto de estar a falhar quem se
assumiu como o garante da estabilidade desta solução, porque o problema,
em bom rigor, não é dos pequenos partidos. Esses apenas estão a
denunciar aquilo que, na sua opinião, não está a ser cumprido”, frisou.A
Direção Nacional do Chega pediu ao Chega Açores para retirar o
apoio ao Governo regional, acabando com o acordo de incidência
parlamentar, anunciou o líder do partido, André Ventura, no parlamento.Em
conferência de imprensa, André Ventura justificou a retirada de apoio
ao Governo açoriano com a postura manifestada reiteradamente pelo líder
do PSD, Rui Rio, de rejeitar acordos pós-eleitorais com o Chega. O deputado único do Chega na Assembleia dos Açores, José Pacheco,
disse que ainda está em “negociações” com o Governo Regional
(PSD/CDS-PP/PPM) salientando que é sua a “última palavra” sobre o apoio
ao executivo.“A última palavra há de ser
minha. Estamos em conversações. Até sexta-feira vamos amadurecer isso
tudo. Satisfeito [com o Governo Regional], eu não ando”, declarou José
Pacheco à agência Lusa.A Assembleia
Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados, sendo que, na atual
legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois
do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado
independente (eleito pelo Chega).No arquipélago, PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação.A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD um acordo de incidência parlamentar com a IL.O
deputado independente Carlos Furtado, eleito pelo Chega mas que, em
julho, perdeu a confiança política da direção nacional do partido,
manteve o apoio ao Governo dos Açores.Se o
deputado único do Chega, José Pacheco, deixar de apoiar o executivo,
este passa a contar com o apoio de 28 deputados, insuficiente para
garantir maioria absoluta no hemiciclo (29).Além
disso, o deputado único da Iniciativa Liberal, Nuno Barata, revelou em
05 de novembro que o seu sentido de voto não está fechado, mesmo depois
de o Governo Regional ter reduzido o nível de endividamento previsto no
Orçamento e no Plano para 2022, tal como tinha exigido o parlamentar.A Assembleia Legislativa Regional dos Açores começa na segunda-feira o debate sobre o Plano e Orçamento do Governo para 2022.