PS/Açores acusa Governo Regional de "insensibilidade" com agentes culturais
29 de abr. de 2022, 17:00
— Lusa/AO Online
"O
grupo parlamentar do PS tem vindo a reunir-se com agentes culturais de
todas as ilhas e, infelizmente, tem vindo a constatar que o setor da
cultura está órfão. Está ao abandono", afirmou a deputada Célia Pereira,
parlamentar do PS/Açores na Assembleia Regional.A
deputada falava, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, depois de uma
reunião com a direção artística do 'Paralelo - Festival de Dança'.Célia
Pereira disse que os deputados socialistas verificaram, em várias
reuniões com os agentes culturais da Região, que estes "têm lidado com
enormes dificuldades" nestes últimos dois anos de pandemia de covid-19,
criticando a ação do Governo Regional.A deputada apontou que "há mais de um mês" que a Cultura está "sem diretor".“Constatamos, nestas reuniões, que a cultura está ao desnorte, está ao abandono, não há uma estratégia".Célia
Pereira referiu também que os agentes culturais dos Açores não foram
apoiados para desenvolverem a sua atividade, devido aos constrangimentos
provocados pela pandemia, que obrigou ao cancelamento de eventos."Houve por parte deste executivo insensibilidade", criticou a parlamentar do PS/Açores.Célia Pereira assinalou que "há apoios e candidaturas de 2020/2021 ainda por pagar".Há
ainda outros apoios "em risco", devido "à dificuldade de cumprimento da
programação" que não permitiu a apresentação de relatórios e "estes
agentes culturais correm o risco de perder 40% do financiamento do seu
projeto", denunciou."É
também com preocupação que verificamos que os apoios de 2022 estão
ainda por aprovar. Não é conhecido o júri que vai avaliar as
candidaturas e se este já esta ou não formalmente constituído e isso
agrava a incerteza para esses agentes culturais", disse.Célia
Pereira referiu esse "cenário de incerteza" está a provocar "uma
desmobilização dos profissionais e agentes de cultura na Região" que têm
de "procurar outras atividades, muitas vezes em situação paralela" e
outros acabam por "sair" do arquipélago."Todo
o investimento feito em infraestruturas e produções artistas verifica
agora uma desmobilização e cria um vazio que dificilmente recuperaremos
no curto e médio prazo", sustentou.