PS/Açores acusa Governo Regional de “falta de transparência” nos dividendos da EDA
14 de mai. de 2021, 10:46
— Lusa/AO Online
“As
mais recentes declarações sobre a suposta alteração na distribuição de
dividendos da EDA confirmam a falta de transparência e de verdade nas
decisões anunciadas pela coligação que suporta o atual Governo dos
Açores”, criticou José Ávila, citado em nota de imprensa.O
socialista defende que “não haverá alteração na política de dividendos,
como prometeu o deputado Paulo Estevão”, líder do PPM/Açores, e disse
lamentar que o Governo dos Açores “se tenha demitido das suas
competências, delegando as decisões num deputado”.Na
terça-feira, o deputado Paulo Estêvão, do PPM, partido que integra o
Governo Regional, anunciou que a empresa Eletricidade dos Açores (EDA),
detida em 50,1% pela região, vai distribuir, este ano, o valor mínimo de
dividendos pelos acionistas.Segundo o
PS/Açores, o valor da distribuição dos dividendos anunciados por Estêvão
é “muito próximo do valor distribuído em média dos últimos 14 anos”,
uma vez que a “média tem sido de 8,2 milhões de euros por ano e agora
foram anunciados sete milhões de dividendos”.Para
José Ávila, “nem a distribuição de dividendos vai acabar", nem o valor
agora anunciado "é tão diferente do que acontecia em anos anteriores”.O
socialista considera “igualmente grave” a reversão da política de
admissão de pessoal na empresa, tal como anunciado pelo líder do
PPM/Açores.Ávila critica Paulo Estêvão por
omitir “que cerca de 90% das entradas de pessoal na empresa foram para
as áreas de produção e distribuição de energia, que permitiram colmatar a
saída de funcionários e preparar o processo de rejuvenescimento do
pessoal”.“Na qualidade de acionista
maioritário da EDA, o Governo Regional não se pode manter em silêncio,
permitindo que os açorianos sejam iludidos com informações incorretas,
como acontece também em relação à situação económica e financeira do
grupo EDA”, conclui o parlamentar do PS na Assembleia Legislativa dos
Açores.Segundo Paulo Estêvão, em 2020
foram distribuídos 16,5 milhões de euros de dividendos pelos acionistas,
mas, em 2021, dos 14 milhões de euros de lucros do grupo EDA só serão
distribuídos sete milhões (o mínimo exigido por lei), dos quais 3,5
milhões para a região, que é acionista maioritária, e 3,5 milhões para
os restantes acionistas, onde se incluem a Energia e Serviços dos Açores
(ESA), do grupo Bensaúde, e a Energias de Portugal (EDP).Paulo
Estêvão disse ainda que será revertida a política de admissão de
pessoal no grupo EDA, alegando que, entre 2016 e 2020, os gastos com
pessoal “aumentaram cerca de 23%” e, só em 2020, registaram-se 76 novas
admissões.