PS/Açores acusa Governo Regional de culpar República para disfarçar incapacidades
26 de mai. de 2023, 11:21
— Lusa/AO Online
“Ao longo dos últimos tempos,
perante as dificuldades orçamentais evidentes do Governo [Regional] e
reais que assolam a vida das famílias e empresas dos Açores,
multiplicaram-se as vozes do Governo Regional e da atual maioria a
responsabilizar a República por tudo e por nada, mesmo por matérias cuja
competência é do âmbito da nossa autonomia regional”, afirmou o
vice-presidente do PS/Açores, Berto Messias, citado em comunicado de
imprensa.O dirigente socialista e deputado
regional defendeu que os Açores precisam de um governo que governe e
que “não se desculpe com a República ou a utilize para distrair o povo
das incapacidades e impossibilidades da atual maioria”.“Os
Açores precisam de respostas e soluções, não de um governo e uma
maioria que se coloca do lado do problema. Ora não respondendo, ora se
desculpando, sem estar focado no trabalho que tem de fazer, de acordo
com as suas competências, os seus recursos, as oportunidades existentes e
o mandato que receberam”, apontou.Segundo
Berto Messias, os Açores correm o risco de desperdiçar “o maior
envelope financeiro da sua história” de fundos europeus e as verbas do
Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).“O
presidente do Governo está assim a desperdiçar esta extraordinária
oportunidade, sem perceber que na ânsia de atacar o Partido Socialista e
o Governo da República, está a prejudicar os Açores e o seu futuro”,
salientou.O dirigente socialista sublinhou
que a execução do PRR nos Açores “está atrasadíssima”, acrescentando
que “a recapitalização das empresas não avança” e “o novo sistema de
incentivos tarda em ser regulamentado e concretizado”.Berto
Messias alertou ainda para os custos da energia na região, que “mais do
que duplicaram para empresas”, para os custos das matérias-primas e de
contexto, que “escalam todos os dias”, e para a prestação das
habitações, que “continua a aumentar”.“O
presidente do Governo entretém-se no queixume contra a República e no
azedume contra a oposição, sem perceber que devia focar as suas energias
em apoiar as famílias e as empresas dos Açores e em criar condições
concretas que permitam aos açorianos atravessar da melhor forma esta
situação difícil”, acusou.Segundo o
vice-presidente do PS/Açores e ex-secretário regional do executivo
açoriano, a autonomia tem de contar com a solidariedade e o compromisso
constitucional da República, mas não se defende o poder autonómico e os
interesses da Região “remetendo para Lisboa responsabilidades que são do
Governo dos Açores”.O presidente do
Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), Gualter Furtado, apelou,
na quarta-feira, ao diálogo e à intervenção do Representante da
República (RR), tendo em conta o “péssimo” relacionamento entre o
governo regional e o nacional.Para Berto
Messias, face a estas declarações, “está tudo dito sobre a capacidade,
ou falta dela, do presidente do Governo para governar os Açores e para
ser um referencial de estabilidade e de liderança”.