Proveitos do alojamento turístico mais do que duplicam em 2022 e superam 2019
14 de fev. de 2023, 12:20
— Lusa/AO Online
Segundo o Instituto Nacional de
Estatística (INE), “no conjunto do ano de 2022 (dados preliminares), os
proveitos do setor do alojamento turístico cresceram 114,7% no total e
117,0% nos relativos a aposento (+16,5% e +17,7%, face a igual período
de 2019, respetivamente), em resultado de 26,5 milhões de hóspedes
(+83,3%) e 69,5 milhões de dormidas (+86,3%)”.No
ano passado, face a 2021, as dormidas aumentaram 22,8% nos residentes e
149,8% nos não residentes e ficaram "muito próximas" do nível de 2019
(-0,9%; -5,0% nos não residentes e +8,6% nos residentes). As
dormidas de não residentes voltaram a superar as de residentes (67,0%
do total de dormidas), ainda que “ligeiramente abaixo” do peso que
tinham em 2019 (69,9% do total), detalha o INE.Em
2022, os proveitos totais nos estabelecimentos de alojamento turístico
aumentaram 114,7% face ao ano anterior, para 5.003,5 milhões de euros, e
os relativos a aposento subiram 17,0%, somando 3.801,6 milhões de
euros. Comparando com igual período de 2019, verificaram-se aumentos de
16,5% e 17,7%, pela mesma ordem.Face a
2019, os maiores crescimentos registaram-se na Região Autónoma da
Madeira (+29,8% nos proveitos totais e +36,6% nos de aposento). Os
proveitos totais e de aposento cresceram menos no Centro (+9,3% e
+14,4%, respetivamente) e na Área Metropolitana de Lisboa (+11,5% e
+12,8%, pela mesma ordem).De acordo com o
INE, a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de
alojamento: Comparando com o mesmo período de 2019, os proveitos totais
na hotelaria aumentaram 15,2% e os de aposento cresceram 16,4% (pela
mesma ordem, pesos de 87,4% e 85,6% no total do alojamento turístico),
enquanto nos estabelecimentos de alojamento local (quotas de 8,7% e
10,4%) se registaram subidas de 14,5% e 15,6% e no turismo no espaço
rural e de habitação (representatividade de 3,9% e 4,0%, respetivamente)
os aumentos atingiram 64,6% e 62,4%, pela mesma ordem.No
conjunto do ano de 2022, todas as regiões registaram aumentos no número
de dormidas, destacando-se a Área Metropolitana de Lisboa (+132,6%) com
o maior crescimento.O INE nota que “as
dormidas de não residentes mais que duplicaram em todas as regiões,
enquanto nas dormidas de residentes apenas se registou um decréscimo no
Algarve (-4,5%)”. No conjunto do ano 2022,
o município de Lisboa registou 13,3 milhões de dormidas (19,1% do
total), que se traduziram num decréscimo de 4,8% face a 2019. As
dormidas de residentes ficaram próximas dos valores de 2019 (-0,6%),
enquanto as de não residentes diminuíram 5,6%, tendo este município
concentrado 23,8% do total de dormidas de não residentes registadas no
país em 2022 (24,0% em 2019).Já as
dormidas no município de Albufeira (10,3% do total) atingiram 7,2
milhões em 2022, decrescendo 16,1% face a 2019 (-9,5% nos residentes e
-18,0% nos não residentes). As dormidas de não residentes representaram
76,5% do total de dormidas do município, semelhante ao verificado em
2019 (78,2%).Por sua vez, o Funchal
representou 8,1% do total de dormidas em 2022 (5,7 milhões),
correspondendo a um acréscimo de 12,7% (+76,1% nos residentes e +5,0%
nos não residentes) em comparação com 2019.No
Porto, registaram-se 4,8 milhões de dormidas em 2022 (6,9% do total),
+4,4% face a 2019 (+8,2% nos residentes e +3,6% nos não residentes).No
ano passado, a taxa líquida de ocupação-cama (45,6%) aumentou 14,6
pontos percentuais e a taxa líquida de ocupação-quarto (54,1%) aumentou
17,2 pontos percentuais, ficando abaixo das registadas em 2019 (47,3% e
55,3%, pela mesma ordem).O rendimento
médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 56,2 euros e aumentou
72,5%, tendo registado crescimentos de 74,8% na hotelaria, 81,6% no
alojamento local e 18,8% no turismo no espaço rural e de habitação.Quanto
ao rendimento médio por quarto ocupado (ADR), atingiu 103,9 euros e
aumentou 17,7%, apresentando crescimentos de 16,4% na hotelaria, 31,6%
no alojamento local e 7,6% no turismo no espaço rural e de habitação.Em
2022, considerando a generalidade dos meios de alojamento
(estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias
e pousadas da juventude), registaram-se 28,9 milhões de hóspedes e 77,0
milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 80,7% e 80,8%,
respetivamente. Comparando com 2019, as dormidas diminuíram 1,0% (+5,4%
nos residentes e -4,3% nos não residentes).Considerando
apenas os dados relativos ao mês de dezembro de 2022, o setor do
alojamento turístico registou 1,6 milhões de hóspedes e 3,7 milhões de
dormidas, +44,2% e +44,6% face ao mesmo mês de 2020, correspondendo a
252,2 milhões de euros de proveitos totais (+65,4%) e 176,8 milhões de
euros de proveitos de aposento (+64,2%). Comparando
com o mesmo mês de 2019, registaram-se aumentos de 22,9% nos proveitos
totais e 25,5% nos relativos a aposento (+25,5% e +28,8% em novembro,
respetivamente).Em dezembro, o mercado
interno contribuiu com 1,4 milhões de dormidas e cresceu 28,3% e os
mercados externos (peso de 61,6%) totalizaram 2,3 milhões de dormidas
(+57,1%). Comparando com dezembro de 2019, observaram-se aumentos quer
nas dormidas de residentes (+11,4%), quer nas de não residentes (+2,1%).Registaram-se
aumentos nas dormidas em todas as regiões, destacando-se a Área
Metropolitana de Lisboa com o maior crescimento (+52,0%), sendo que a
Região Autónoma da Madeira (+42,3%) e o Algarve (+41,5%) apresentaram os
maiores aumentos nas dormidas de residentes, enquanto nas dormidas de
não residentes se destacaram o Norte (+68,4%), a Área Metropolitana de
Lisboa (+67,3%) e a Região Autónoma dos Açores (+65,7%).No
último mês de 2022, a taxa líquida de ocupação-cama nos
estabelecimentos de alojamento turístico (31,1%) aumentou 7,8 pontos
percentuais em termos homólogos e ficou “ligeiramente acima” do valor
observado em dezembro de 2019 (31,0%), enquanto a taxa líquida de
ocupação-quarto (37,8%) aumentou 9,0 pontos percentuais e ficou
“ligeiramente abaixo” dos níveis pré-pandemia de 38,2%.As
taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se em dezembro na
Madeira (48,6%) e Área Metropolitana de Lisboa (40,6%), correspondendo
também aos maiores acréscimos neste indicador (+9,5 e +11,6 pontos
percentuais, respetivamente). Em relação a 2019, realça-se o crescimento
da Madeira (+7,0 pontos percentuais).No
que se refere aos proveitos nos estabelecimentos de alojamento
turístico, somaram 252,2 milhões de euros em dezembro, dos quais 176,8
milhões corresponderam a aposento. Comparando com dezembro de 2019, os
proveitos totais e de aposento aumentaram 22,9% e 25,5%, respetivamente.Nesse
mês, o RevPAR situou-se em 33,1 euros e o ADR atingiu 87,4 euros
(+53,6% e +17,2% face a dezembro de 2021, respetivamente). Em relação a
dezembro de 2019, o RevPAR aumentou 18,9% e o ADR cresceu 20,0%.