'Provas de massacres em Busha e Kiev têm de ser preservadas'
Ucrânia
4 de abr. de 2022, 14:54
— Lusa/AO Online
“As
informações que estão a surgir desta zona e de outros lugares levantam
questões sérias e preocupantes sobre possíveis crimes de guerra e graves
violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos”,
sublinhou Michelle Bachelet, em comunicado divulgado.Admitindo
“estar horrorizada” com as imagens dos cadáveres nas ruas de Busha, a
alta-comissária referiu ser necessário que “todos os corpos sejam
exumados e identificados” para permitir informar as famílias das vítimas
e determinar as causas exatas da morte.Dezenas
de civis mortos foram encontrados em Busha, uma cidade a 60 quilómetros
de Kiev, espalhados na rua, nalguns casos com as mãos amarradas nas
costas e atirados em valas comuns, tendo as autoridades ucranianas e os
seus aliados acusado os soldados russos de terem cometido esses crimes.Moscovo rejeitou em absoluto qualquer responsabilidade e disse que foi feita uma encenação por Kiev.Algumas
imagens foram mostradas depois de as autoridades terem admitido estarem
a fazer vídeos para documentar as evidências dos alegados crimes de
guerra, provocando uma condenação internacional quase unânime.O
conselheiro do Presidente ucraniano Oleksiy Arestovych considerou as
imagens como uma “cena de um filme de terror”, referindo que algumas
pessoas estavam amarradas e baleadas na cabeça e os corpos mostravam
sinais de tortura, existindo ainda relatos de violações.“É vital realizar uma investigação independente e eficaz” sobre o que aconteceu em Busha, sublinhou a alta-comissária da ONU.A
Ucrânia já tinha acusado a Rússia de cometer um “massacre deliberado”
em Busha e outros “horrores” nas regiões que, entretanto, foram
libertadas.“Isto está a acontecer na
Europa e no século XXI”, sublinhou, no domingo, o Presidente ucraniano,
Volodymyr Zelensky, sublinhando que “toda a nação está a ser torturada”.