Provas de aferição acabam no 2.º, 5.º e 8.º anos e passam para o 4.º e o 6.º
18 de jul. de 2024, 12:44
— Lusa/AO Online
As mudanças do modelo de avaliação externa já
estavam previstas no programa do Governo e foram anunciadas, esta quinta-feira, pelo
ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, que
revelou que as novidades entram em vigor já no próximo ano letivo de
2024/2025.Em vez das atuais provas de
aferição, as novas avaliações passam a chamar-se Provas de Monitorização
de Aprendizagens e serão realizadas no final do 1.º e do 2.º ciclos,
sendo que os resultados ficarão registados no boletim do aluno, revelou o
ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre,
defendendo que o novo modelo irá "garantir a igualdade de
oportunidades".O secretário de Estado
Adjunto e da Educação, Alexandre Homem Cristo, acrescentou que estas
provas serão em formato digital e os enunciados nunca serão divulgados,
uma vez que a ideia é fazer provas com "itens que se repetem", para que
os resultados possam ser comparados com anos anteriores."As
provas não são de acesso público", disse o secretário de Estado,
sublinhando que esta "é uma metodologia cada vez mais utilizada em
vários países", dando como exemplo as provas internacionais do PISA.Com
itens repetidos, será possível comparar os resultados ao longo dos anos
e perceber se os alunos e as escolas estão a melhorar ou a piorar. As
provas do 4.º e 6.º anos não contam para a nota final dos alunos, mas
o ministro acredita que também serão levadas com seriedade, uma vez que
irá haver escrutínio público com a divulgação de resultados.“O
país vai ficar muito mais informado com o que se está a passar nas
escolas”, disse, acreditando que tal terá um efeito no trabalho das
escolas e professores porque permitirá "saber onde houve mais evolução”.Os
alunos do 4.º e 6.º ano irão realizar provas a Português, Matemática e a
uma disciplina rotativa a cada três anos e os resultados dessas provas
terão de chegar às escolas antes do início do ano letivo seguinte.O
ministro criticou o facto de, até agora, os resultados das provas serem
divulgados “quando o ano letivo já estava a decorrer e os professores
já não conseguiam fazer as alterações ao plano de aprendizagem”.No
último ano, os resultados chegaram às escolas no final de dezembro, o
que é “tardio para prepararem o ano letivo”, acrescentou Alexandre Homem
Cristo, lembrando que nunca existiu uma data fixa para que o relatório
fosse publicado.Agora, os resultados dos
alunos chegam às escolas antes de começar o novo ano letivo e em
novembro é divulgado um relatório nacional que permitirá fazer
comparações entre escolas e municípios.O
novo modelo permitirá também comparar os resultados dos alunos no 4.º e,
dois anos mais tarde, no 6.º e perceber se melhorou ou piorou, contou o
secretário de Estado.Para facilitar a
transição para o novo modelo de provas em formato digital, os alunos
terão já no próximo ano algumas horas na escola para trabalhar na
plataforma e irão realizar, entre janeiro e fevereiro, provas-ensaio.As
provas-ensaio vão “permitir às escolas e aos alunos ter
uma oportunidade para que no final do ano não seja tudo de novo”, disse o
ministro, lembrando que nesse momento será possível fazer um
levantamento das dificuldades das escolas.Outra
das novidades do novo modelo serão as provas nacionais no 4.º e 6.º
anos de Português Língua Não Materna, a pensar nos alunos estrangeiros,
que são cada vez mais.No ano letivo de
2025/2026, a classificação de todas as avaliações externas - provas de
aferição e exames nacionais - será feita de forma eletrónica, sendo que
no próximo verão o ministério vai já testar o modelo com a prova do
ensino secundário de Filosofia.