Prova gera receita fiscal perto de 400 ME em Portugal
Mundial2030
20 de dez. de 2024, 16:15
— Lusa/AO Online
"A
atividade económica impulsionada pelo evento deverá contribuir para uma
receita fiscal entre 312 e 394 ME, o que representa 0,37% da receita
fiscal de 2023", lê-se no estudo de impacto económico e social do
Mundial2030, elaborado por aquela empresa para a Federação Portuguesa de
Futebol (FPF), a que a Lusa teve acesso.Esta
verba resulta dos impostos derivados do consumo, produção e salários
associados ao impacto do evento, e estes resultados representam um
retorno de cerca de 36 euros em receita fiscal por cada euro investido
em infraestruturas desportivas, cujo valor deve rondar os nove ME."[O
valor] inclui os investimentos diretamente atribuíveis ao Mundial
previstos em estádios e centros de treino, cuja despesa é realizada na
economia nacional. No total estima-se um investimento de 10 ME",
antecipa a consultora.O evento também
impactará positivamente a balança de pagamentos de Portugal, gerando um
superavit líquido superior a 600 ME graças à despesa de visitantes
internacionais e ao investimento relacionado com a atividade
organizativa.Tal como indicavam algumas
conclusões deste estudo libertadas pela consultora a 11 de dezembro,
dia em que a FIFA oficializou a candidatura ibero-marroquina como a
organizadora do certame dentro de seis anos, o Mundial2030 atrairá entre
300 e 500 mil visitantes internacionais a Portugal, gerando um gasto
direto estimado entre 500 ME e 660 ME em setores chave como alojamento,
restauração, transporte e lazer."Este
fluxo económico, somado aos gastos de organização e investimento em
infraestruturas desportivas, contribuirá para um gasto total na economia
local de mais de 730 ME", estima a entidade, que adianta que "este
dinamismo económico resultará num impacto positivo no PIB nacional,
estimando-se um impacto entre 700 ME e 900 ME, equivalente a 0,27-0,34%
do PIB de 2023".Nos gastos de organização,
a empresa contabiliza "as despesas de organização da FIFA ativadas
localmente, atribuíveis ao evento", na ordem dos 140 ME.Já
ao nível do mercado laboral, antecipa que "entre 18 a 23 mil empregos
em Portugal deverão estar associados ao evento, incluindo os associados
de forma direta, indireta e induzida, nos diferentes setores", que vão
gerar cerca de 330 ME em salários."O
Mundial fomentará a diversidade laboral, com cerca de 11 mil empregos
femininos [mais de metade dos empregos associados ao evento] e entre 1,2
e 1,5 mil de jovens menores de 24 anos", sublinha a consultora.Além
do emprego, o evento gerará benefícios intangíveis na qualidade de vida
dos cidadãos, já que, de acordo com as análises realizadas, o bem-estar
percecionado, medido através da disposição a pagar dos portugueses, tem
um valor estimado entre 81 ME e 88 ME."Por
cada euro investido em infraestruturas desportivas, será gerado um
retorno de cerca de 8,5 euros em bem-estar, refletindo o impacto
transformador do evento na coesão social, no orgulho nacional e na
perceção de Portugal como um país unido e hospitaleiro", realça a
empresa.Ao ser anfitrião do Mundial 2030,
Portugal vai elevar a sua "reputação global" e vai ter novas
"oportunidades para o comércio e as relações internacionais", indica a
consultora, que espera, por exemplo, um aumento do investimento direto
estrangeiro (IDE) entre 104 ME e 313 ME.E
remata: "Os benefícios a longo prazo são múltiplos e diversos,
contribuindo para o desenvolvimento integral do país e deixando um
legado duradouro que vai além do impacto socioeconómico imediato.O
Estádio da Luz e o Estádio José Alvalade, ambos em Lisboa, e o Estádio
do Dragão, no Porto, são os 'palcos' portugueses que vão acolher jogos
do Mundial2030.