Protesto pede “carreira justa” para técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica dos Açores
8 de jul. de 2020, 12:52
— LUSA/AO online
Os técnicos superiores das áreas de
diagnóstico e terapêutica (TSDT) protestaram por uma "carreira justa" e
por um tratamento semelhante aos colegas da Madeira e do Continente. Na
manifestação esteve presente o vice-presidente do Sindicato dos
Técnicos Superiores de Saúde (STSS), Fernando Zorro, que destacou a
"falta de vontade política" do Governo Regional para encetar negociações
sobre a carreira destes profissionais."O Governo Regional, na teoria, está disposto a negociar, mas na prática não negoceia", afirmou o sindicalista à agência Lusa. Fernando
Zorro destacou que na região existiu um "cuidado especial" em relação a
algumas carreiras, como o caso dos professores, mas que em relação às
dos TSDT o executivo liderado pelo socialista Vasco Cordeiro "não
mostrou a mínima sensibilidade para perceber as injustiças tão
gravosas". "Quem entrou no dia 01 de julho
a trabalhar aqui na Região Autónoma dos Açores vai ganhar o mesmo e vai
ter as mesmas condições do quem está há 20 anos na profissão. Em lado
nenhum isso acontece", exemplificou. O
sindicalista referiu que na Madeira e no continente o descongelamento
contemplou 1,5 pontos, reivindicação que querem ver estendida aos
Açores. "Outra questão gravosa é que temos
uma carreira com três categorias, em que a categoria topo nem sequer
está preenchida e cerca dos 97% dos profissionais, quer nos Açores, quer
no continente, estão na base da carreira", acrescentou. Segundo
Fernando Zorro, o STSS manifestou ao Governo açoriano "margem para
negociar com toda a tranquilidade", tal "como foi feito na Madeira",
"sem tumultos sociais". O sindicalista
referiu que existiram algumas reuniões com a secretária da Saúde, Teresa
Luciano, mas que se "traduziram numa mão cheia de nada". Zorro
avançou que o Governo Regional já marcou uma reunião com aquele
sindicato para 31 julho, por videoconferência: "Curiosamente não
percebemos porque é que esta reunião não surgiu antes para tentarmos
resolver o problema desses profissionais", declarou.Os
protestos decorrem no Faial, em São Miguel, na Terceira, em São Jorge e
em Santa Maria, e são acompanhados por uma greve daqueles
profissionais, que ronda os "100% de adesão", segundo o sindicato. Nos
Açores estão "a trabalhar na função pública cerca de 380 profissionais"
técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, que estão atualmente
"em oito" das nove ilhas do arquipélago, de acordo com a mesma fonte.