Proteção Civil dos Açores está mais bem preparada para acudir às populações
12 de fev. de 2020, 10:07
— Lusa/AO Online
“Infelizmente tivemos o Lorenzo há
relativamente pouco tempo e o resultado está à vista da proteção que
houve às populações. A Proteção Civil tem 40 anos, fez o seu caminho,
tem crescido, com os 17 corpos de bombeiros que são nossos parceiros,
temos feito cada vez mais e melhor. A proteção e o socorro das
populações estão garantidos e vamos continuar cada vez mais a melhorar”,
afirmou Teresa Machado Luciano.A
secretária regional da Saúde, que tutela a Proteção Civil nos Açores,
falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à margem
de uma conferência que assinalou os 40 anos do SRPCBA, comemorados em
2020.Questionada sobre a implementação dos
planos municipais de emergência nos Açores, Teresa Machado Luciano
disse que 70% dos municípios já os criaram e que os restantes o deverão
fazer até março.“Relativamente aos planos
municipais de emergência, estão praticamente todos realizados, alguns
estão a ser revistos, porque há medidas que têm de ser melhoradas, mas
garantidamente no primeiro trimestre fica tudo concluído”, afirmou.Também
o presidente do SRPCBA, Carlos Neves, considerou que o serviço está
hoje mais bem preparado para dar resposta às populações, e que está “num
patamar, em alguns aspetos, até mais elevado do que no continente”
português.“Não só ao nível dos meios e
equipamentos evoluímos, evoluímos também ao nível da legislação com o
estabelecimento das bases para a Proteção Civil, com a aprovação do
Plano Regional de Proteção Civil e com a aprovação dos diversos planos
municipais de Proteção Civil”, apontou. Álvaro
Monjardino era presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma
dos Açores, quando em 1980, meses depois de um sismo que destruiu parte
da ilha Terceira, foi aprovado o diploma que criava a Proteção Civil
açoriana, uma organização regional, abrangida pelo regime nacional. Hoje,
defendeu, tem “autonomia própria reconhecida a nível nacional” e “está
preparada para acudir” a “calamidades, tempestades e sismos”, frequentes
nas ilhas.“Deve haver uma colaboração
daqueles que seriam e podem ser beneficiados com o facto de ela existir.
É uma organização que tem de ser apoiada e é por isso que ela se tem
desenvolvido”, frisou, alegando que o envolvimento das pessoas
“corresponde à parte mais nobre da autonomia”. Já
Ricardo Barros, que foi vice-presidente da Proteção Civil dos Açores
durante cerca de duas décadas, considerou que o serviço é hoje “uma
referência a nível nacional, não só pela representação que fez do país
no estrangeiro, mas também da procura que tem em termos de formação”. Ainda assim, admitiu que há um “caminho longo a percorrer”, sobretudo face aos desafios que as alterações climáticas trazem. “Há
uma alteração muito significativa no clima e obviamente temos também de
estar preparados para fazer face a este desafio. É uma questão que
coloca o serviço numa posição de estar permanentemente a reinventar-se”,
afirmou.Também o presidente da Federação
dos Bombeiros dos Açores, Manuel Soares, considerou que a Proteção Civil
dos Açores é hoje “uma referência a nível nacional e internacional,
sobretudo pela sua capacidade de atuar em situação de emergência ou de
catástrofe, interiorizando na população açoriana um elevado sentimento
de credibilidade e de confiança e na sua ação”. O
responsável defendeu, no entanto, que os corpos de bombeiros “têm de
ver os seus meios permanentemente reforçados e modernizados, a fim de
que no cumprimento das suas missões confiram àquele serviço a
credibilidade, a estabilidade necessária à persecução dos objetivos para
que foi criado”.