Proprietários insistem na necessidade de liberalização das rendas antigas

Arrendamento

26 de dez. de 2011, 16:06 — Lusa/AO online

O Diário Económico revela hoje que o Governo quer aprovar uma nova lei do arrendamento, que prevê a renovação das rendas num período mais curto e com base na negociação directa entre senhorio e inquilino. O inquilino proporá um valor para a actualização da renda e, caso o senhorio não concorde com este valor, o proprietário pode despejar o arrendatário, mas terá de o indemnizar num valor correspondente a cinco anos (60 meses) de renda, explicou Menezes Leitão, presidente da ALP. “Achamos que não faz sentido nenhum, porque, sendo o proprietário a pagar para o inquilino sair, é como se o imóvel fosse expropriado a favor do inquilino”, afirmou. O responsável destacou que o inquilino tem, assim, “um duplo benefício” enquanto que há “um ónus excessivo para o proprietário”. “Não só continua a ter de manter o inquilino com base na renda que o próprio inquilino pode propor, como, no caso de não chegarem a acordo, para recuperar o imóvel tem de pagar cinco anos de renda, o que nós achamos um valor exageradíssimo”, referiu. Para o dirigente também não tem sentido “estabelecer um condicionamento das rendas baseado no valor do rendimento do inquilino, quando o inquilino tenha um rendimento mais baixo”. “Não cabe aos proprietários assumir as funções de segurança social do Estado e, portanto, as rendas devem ter o valor do mercado do imóvel e não o valor do rendimento dos inquilinos”, defendeu. Segundo Menezes Leitão, o que vem na proposta que o Governo quer aprovar até ao final do ano “é algo muito tímido” e a lei ideal seria uma “que liberalizasse as rendas que mandasse caducar os contratos antigos”. “Foi o que nós defendemos sempre. Que estas rendas antigas, que continuam congeladas, consistem num grande fator de entrave do mercado e, portanto, o Governo deve promover uma efetiva liberalização do arrendamento urbano através da extinção dos contratos antigos”, disse, considerando que, se assim não for, esta será mais “uma reforma falhada”.