Propostas sobre escudo anti-míssil não correspondem às promessas

Rússia

23 de nov. de 2007, 11:02 — Lusa / AO online

"Recebemos as propostas por escrito. Uma primeira leitura mostrou que, em seis semanas, durante as quais foi prometido apresentar a posição dos EUA, as nossas esperanças não se justificaram", disse a mesma fonte diplomática citada pelas agências noticiosas russas. "Não é o que foi prometido oralmente em Moscovo durante o encontro 'dois mais dois'", acrescentou. A 12 de Outubro passado, os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da Rússia, respectivamente Serguei Lavrov e Anatoli Serdiukov, encontraram-se em Moscovo com os homólogos americanos: Condoleezza Rice e Robert Gates. "Moscovo continuará a estudar as propostas da parte norte-americana", concluiu a fonte do MNE da Rússia. Na quinta-feira, a Rússia, depois de um longo compasso de espera, recebeu, por escrito, a resposta dos Estados Unidos respostas às propostas sobre o sistema de defesa anti-míssil norte-americano a instalar na Europa. "Finalmente recebemos as respostas quarta-feira à noite", declarou Mikhail Kaminin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia. O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, tinha proposto ao homólogo norte-americano, George W. Bush, a utilização conjunta de centrais de radares russas para substituir o plano dos Estados Unidos de instalar elementos de um sistema de defesa anti-míssil na República Checa e na Polónia. Washington alegou que o sistema visa proteger a Europa e os Estados Unidos dos mísseis norte-coreanos e iranianos, mas Moscovo considerou que o plano de Washington visa controlar as movimentações militares russas numa grande parte do seu território. Moscovo esperava que as propostas norte-americanas incluíssem a integração dos sistemas de defesa anti-míssil dos Estados Unidos, Rússia e NATO para a defesa conjunta de ameaça de mísseis, a permissão dos peritos russos visitarem regularmente as futuras bases de defesa anti-míssil norte-americanas na Polónia e República Checa (com a autorização prévia das autoridades dos dois países), bem como o adiamento da construção da base norte-americana de intercepção de mísseis na Polónia até que fique esclarecido que o Irão possui mísseis capazes de atingir a Europa.