Propostas para revisão da Lei Eleitoral da Madeira entregues até 16 de setembro
23 de jul. de 2024, 11:49
— Lusa/AO Online
Esta
foi uma decisão da Comissão Eventual para a “Consolidação e
Aprofundamento da Autonomia e Reforma do Sistema Político”, que reuniu pela primeira vez, no Funchal.Nesta
reunião alargada foi aprovada a metodologia de trabalho para discussão
desta matéria, com os votos favoráveis do PSD, Chega, CDS-PP e PAN e a
abstenção do PS e do JPP. "Não há que
adiar mais estas matérias”, sustentou o presidente da comissão, o
social-democrata Jaime Filipe Ramos, citado na informação divulgada pelo
parlamento madeirense.Segundo o deputado e
líder parlamentar do PSD na Assembleia da Madeira, o objetivo é a
proposta ser discutida na Assembleia da República após o debate do
Orçamento de Estado.“A primeira apreciação
das propostas das diferentes forças políticas para a revisão da Lei
Eleitoral deve acontecer na terceira semana de setembro, deste ano”,
lê-se no mesmo documento.As revisões da
Constituição da República Portuguesa, do Estatuto
Político-Administrativo da Madeira, da Lei das Finanças das Regiões
Autónomas, da Lei Eleitoral para o Parlamento Europeu, da Lei Orgânica e
do Regimento da Assembleia Legislativa da Madeira são outros dos temas
que os deputados madeirenses querem debater nesta legislatura.Porém,
“a revisão da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Madeira
deve ter precedência, tendo em conta a unanimidade em torno deste tema,
quer na sociedade civil, quer nos partidos, pois é um instrumento que se
afigura como ferramenta fundamental para aproximar eleitos e
eleitores”, apontam os deputados da comissão na proposta de metodologia
aprovada hoje.Também destacam que “a
revisão da Constituição Portuguesa, e a consequente revisão do estatuto
Político Administrativo são prioridades incontornáveis, pois os poderes
autonómicos devem ser reforçados e as responsabilidades do Estado devem
ser clarificadas”. Os deputados
madeirenses aguardam ainda “o retomar do processo de revisão
constitucional, interrompido com a dissolução da anterior legislatura da
Assembleia da República”, indica a nota.De
acordo com a Lei Eleitoral, “a Assembleia Legislativa da Região
Autónoma da Madeira é composta por 47 deputados eleitos mediante
sufrágio universal, direto e secreto, de harmonia com o princípio da
representação proporcional, e por um único círculo eleitoral, nos termos
da presente lei”.Para efeitos de eleição
dos deputados ao parlamento da Madeira, o território regional “é
constituído por um círculo eleitoral único”, sendo a conversão dos votos
em mandatos feita com base no método de representação proporcional de
Hondt.Nas últimas eleições regionais
realizadas a 26 de maio, o PSD - que sempre foi o partido mais votado na
Madeira – ficou com 19 deputados e deixou assegurar uma maioria
absoluta, enquanto o PS manteve os 11 lugares que ocupava.O
JPP continua a ser a terceira força política, tendo aumentado o seu
grupo parlamentar de cinco para nove elementos, o Chega tem quatro
deputados. A IL e o PAN continuam com um deputado único cada.Com
a revisão da Lei Eleitoral para o parlamento insular, o PSD/Madeira
apontou publicamente que pretende “clarificar e reforçar as competências
da Região, com vista ao alargamento da participação democrática dos
cidadãos, ao desenvolvimento e sustentabilidade económica e social, a
uma maior proximidade com os eleitores e com os concelhos, bem como à
possibilidade de efetivar um círculo eleitoral das Comunidades
Madeirenses e promover maior respeito pela paridade entre homens e
mulheres".Por seu turno, o PS/Madeira tem
defendido a revisão da Lei Eleitoral para permitir a instituição do voto
em mobilidade e assegurar o cumprimento da Lei da Paridade.