“Não é um Orçamento
que dá confiança para o futuro, muito pelo contrário, é um Orçamento que
compromete o futuro”, sustentou a líder parlamentar comunista, Paula
Santos, na Assembleia da República, pouco depois da apresentação, pelo
ministro das Finanças, da proposta de Orçamento do Estado para o próximo
ano.E acrescentou: “Da parte do PCP, este orçamento só pode merecer a nossa oposição, o nosso combate.”A
dirigente comunista disse que o partido vai “intervir com respostas
concretas” para resolver os problemas com que o país está confrontado,
durante a discussão no parlamento da proposta do executivo socialista.O
documento que Fernando Medina apresentou durante a tarde de hoje
“conduz ao agravamento do empobrecimento” da população portuguesa,
advogou Paula Santos, considerando que mantém as “injustiças fiscais em
que os beneficiados são os grupos económicos e o capital”.“Contas
certas, essas mesmas só para os grupos económicos”, já que esta
proposta “não dá a resposta necessária” ao cenário de "agravamento das
condições económicas e sociais”, nomeadamente o controlo e fixação de
preços máximos em bens essenciais e uma resposta à crise na habitação,
continuou a deputada.O agravamento das
condições de vida, completou Paula Santos, obriga a uma valorização dos
salários e das pensões maior do que aquela que o Governo propõe, mas
como o executivo “mais uma vez se submete aos ditames da União
Europeia”, os portugueses estão impedidos de “recuperar poder de compra”
perdido ao longo do ano.