Projetos do Cultura para Todos continuam a ser financiados
Covid-19
25 de mai. de 2020, 17:58
— Lusa/AO Online
“Quando se diz que
há projetos que estavam a ser financiados [no programa Cultura para
Todos] e vão deixar de ser isso não é verdade”, afirmou hoje a ministra
da Cultura, Graça Fonseca, em declarações aos jornalistas no Palácio
Nacional da Ajuda, onde se situa o ministério, depois de ter recebido um
grupo de profissionais do setor que hoje ali se deslocou, numa ação de
protesto.O primeiro-ministro anunciou na
sexta-feira a criação de uma linha de financiamento, no valor de 30
milhões de euros, para os municípios usarem em programação cultural.Nesse
dia, a Rede - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea
alertou para que “parte da verba afeta a esta linha de financiamento"
provenha "da reprogramação do programa comunitário Cultura para Todos,
que era para se iniciar em setembro nas regiões Norte, Centro e
Alentejo”.O programa Cultura para Todos
prevê o financiamento de projetos, no âmbito dos Programas Operacionais
de Portugal 2020, apresentados por entidades públicas, da administração
central ou local, assim como por entidades privadas, sem fins
lucrativos, identificadas nos Pactos para o Desenvolvimento e Coesão
Territorial, dinamizados pelas Comunidades Intermunicipais (CIM) e pelas
Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa.Graça
Fonseca lembrou que este é um programa “que já vem do passado, tem um
foco na inclusão social” e destina-se a “apoiar financeiramente projetos
culturais cujos destinatários são as CIM”.“Quem
é destinatário e se candidata não são as estruturas artísticas, são as
CIM, naturalmente com uma estrutura artística com quem tenham construído
um projeto”, referiu.Segundo a ministra
da Cultura, “algumas CIM informaram as respetivas Comissões de
Coordenação Regional [CCDR] que os projetos que tinham apresentado não
eram exequíveis”.“O projeto do Alentejo
que a Rede refere foi a CIM que desistiu do projeto. E quando a CIM
desiste do projeto, no âmbito de um programa operacional que é destinado
à CIM, as regras são claras. Se a CIM desiste do projeto, este não pode
ser feito”, afirmou.De acordo com Graça
Fonseca, “todos os projetos que as CIM tenham candidatado ao programa
Cultura para Todos e que sejam exequíveis, ou que eles próprios não
tenham desistido, realizam-se”.“Todos os
que não sejam exequíveis, por razões da pandemia ou que as CIM entendam
que já não há condições para os realizar, não serão feitos”, disse.Já
em relação ao “aviso Programação Cultural em Rede” anunciado na
sexta-feira pelo primeiro-ministro, “os beneficiários são as estruturas
artísticas, ao contrário do Cultura para Todos”.“Isto
permite que qualquer estrutura artística nas diferentes áreas possa,
com municípios, apresentar a financiamento projetos de programação
cultural e artística”, afirmou Graça Fonseca, acrescentando que se trata
de “um aviso muito mais flexível, muito mais célere, destinado às
estruturas artísticas para programação cultural e que permite, com maior
rapidez, ter no território projetos que sejam financiados através deste
aviso”.O “aviso Programação Cultural em
Rede” está a ser trabalhado pela ministra da Coesão Territorial com as
CCDR, em articulação com o Ministério da Cultura, “para que possa abrir
no início de junho em todo o país”.Na
sexta-feira, a associação Acesso Cultura pediu o envolvimento dos
agentes culturais em “qualquer revisão da aplicação de verbas” do
programa Cultura para Todos, em curso nas regiões Norte, Centro e
Alentejo.