Projetos com resultado imprevisível e manifestação contra nas escadarias
Eutanásia
29 de mai. de 2018, 06:32
— Lusa/AO Online
Para
junto às escadarias do Palácio de São Bento está prevista uma
manifestação pelo “não” - "Não mates, cuida!" -, convocada pelo
movimento Toda a Vida Tem Dignidade.A
ordem de trabalho do plenário desta tarde é totalmente dedicada ao
debate dos projetos do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), BE, PS e
Partido Ecologista “Os Verdes”, numa sessão que se prevê longa. Os dois principais partidos, PS e PSD, que somam 175 dos 230 parlamentares, deram liberdade de voto aos seus deputados. Bloco e PAN votam a favor, sendo previsível o voto favorável da maioria dos deputados do PS. CDS-PP e PCP são os únicos que anunciaram o voto contra, prevendo-se também votos contra de grande número de deputados do PSD. Assim,
o resultado dependerá dos votos desalinhados: os “sim” no PSD e os
“não” do PS. A estas variáveis é preciso ainda juntar os deputados
indecisos, as abstenções e os que possam estar ausentes em missão
parlamentar ou por qualquer outro motivo. Na
bancada do PSD confirmaram à Lusa que votarão a favor o vice-presidente
do grupo parlamentar Adão Silva, a líder da JSD Margarida Balseiro
Lopes, a ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz, os antigos
vice-presidentes do PSD Teresa Leal Coelho e Pedro Pinto e os deputados
Cristóvão Norte e Duarte Marques. No PS, o deputado Ascenso Simões já anunciou que vai votar contra. Estão previstas quase três horas de debate, seguindo-se a votação nominal dos deputados, 230 no total se ninguém faltar. Nos
últimos dias, surgiram posições públicas a favor do "sim" de várias
personalidades, incluindo António Costa, que, na qualidade de
secretário-geral do PS, no congresso da Batalha (Leiria), manifestou o
seu apoio à despenalização.Outro
socialista, Jorge Sampaio, ex-Presidente da República, também fez uma
declaração a defender a despenalização da morte medicamente assistida. Do
lado do “não”, surgiu o antigo chefe de Estado Cavaco Silva que, numa
declaração à Rádio Renascença, se manifestou contra e defendeu que, nas
legislativas de 2019, não se vote nos partidos a favor da despenalização
da lei. O
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem evitado falar
sobre a questão, afirmando que não tomará qualquer decisão sobre a lei
com base nas suas convicções pessoais. Todos
os diplomas preveem que só podem pedir, através de um médico, a morte
medicamente assistida pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou
doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável, sendo
necessário confirmar várias vezes essa vontade.