Projeto "Violentómetro" chega aos Açores nos 25 anos da UMAR no arquipélago
23 de out. de 2017, 13:51
— Lusa/AO Online
“Já estamos em conversações com os concelhos diretivos das escolas
para desenvolvermos o projeto em São Miguel e posteriormente na Terceira
e Faial”, disse a presidente da UMAR - Associação para a Igualdade e
Direitos das Mulheres, na região, Maria José Raposo, em declarações à
agência Lusa.A responsável da associação explicou que o projeto
resulta de uma parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro e a Direção Regional da Solidariedade Social, acrescentando que a
iniciativa culmina com a entrega aos alunos de um ‘kit’ (o
“violentómetro”) que inclui uma régua para medir e controlar
determinados comportamentos, como a raiva a ira ou o facto de uma pessoa
estar zangada.“Inicialmente aplicamos um inquérito para perceber
como é que eles lidam com violência e como veem as atitudes menos
corretas entre si. Posteriormente vamos trabalhar estas atitudes com
ações próprias para alteração de comportamentos”, salientou Maria José
Raposo, acrescentando que será um projeto faseado que vai abranger
estudantes entre os 12 e os 18 anos.A dirigente adiantou que a
associação o tem feito várias ações de sensibilização sobre a violência
junto da comunidade escolar, mas havia necessidade de realizar "um
trabalho estruturado", daí justificar-se a implementação do
“violentómetro”."A UMAR fez uma caminhada ao longo destes anos
muito em prol dos direitos e necessidades das mulheres. Não podemos
esquecer o que acontece sobretudo às mulheres em pleno século XXI na
violência de género, na violência doméstica”, alertou Maria José Raposo,
frisando que o trabalho diário vai também no sentido da prevenção das
desigualdades laborais e salariais.A presidente da UMAR-Açores
defendeu ainda a necessidade de um novo estudo na região sobre a
violência, alegando que "quase diariamente a linha SOS Mulher toca",
registando o ano passado cerca de 200 chamadas.Outas denúncias surgem pelas redes sociais, nomeadamente, via Facebook da associação.“A sociedade está mais desperta. As pessoas sentem que têm mais direitos ou que as repostas são mais eficazes”, declarou.Com
sede em Ponta Delgada, São Miguel, em instalações recentes cedidas pelo
município, a UMAR conta ainda com um gabinete na Ribeira Grande. Nesta
ilha “são necessários mais recursos humanos”, referiu.No Faial,
dispõe de uma delegação e de uma casa-abrigo com capacidade para 16
pessoas, valência que está parcialmente cheia, havendo, no entanto,
sempre um quarto vago para uma situação de emergência. Aqui, a urgência
prende-se com novas instalações, pois o centro de atendimento funciona
numa junta de freguesia.