Projeto que apoia famílias carenciadas em Ponta Delgada alerta que pedidos podem aumentar
Crise/Inflação
13 de set. de 2022, 15:02
— Lusa/AO Online
“O
projeto S.Lucas - Plano de Resposta à Pobreza de S. José - apoia
mensalmente mais de 30 famílias, mas já chegamos a apoiar 50. Oscila. No
entanto, o plano continua a ser de emergência social e foi criado neste
contexto. Naturalmente, prevê-se que, com o agravamento da situação, as
famílias vão precisar de mais apoio”, afirmou o pároco de São José,
Duarte Melo, em declarações à agência Lusa.A
iniciativa surgiu em outubro de 2011, através de uma parceria entre o
Centro Paroquial de Bem Estar Social de São José (CPBESSJ), a
Conferência Vicentina, o Instituto do Bom Pastor, a Junta de Freguesia
de São José, na cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e um
grupo de voluntárias. Os voluntários deste projeto entregam mensalmente cabazes, que incluem vários tipos de alimentos e que resultam de donativos.Segundo o pároco, o projeto "manteve o ritmo de solicitações de apoio" e o número vai "oscilando" com o tempo."É
um projeto que emerge num contexto de crise e permaneceu. Há sempre
famílias a solicitar. Há outras que deixam de ser apoiadas quando
começam a ter outra folga económica ou algum melhoramento financeiro",
adiantou Duarte Melo, presidente do Centro Paroquial de São José.Todos os meses o projeto entrega cabazes alimentares para apoiar famílias, crianças e idosos com dificuldades socioeconómicas."Esses
cabazes são possíveis graças ao empenho da paróquia e de um conjunto de
voluntários, nomeadamente dos Vicentinos, que integram idosos e que
mantém uma persistência do bem fazer", destacou.Além de campanhas de angariação de alimentos em grandes superfícies, a paróquia promove, às quartas-feiras, coletas na igreja. "Há
ainda empresas que fazem donativos e nos tempos fortes da liturgia,
como no Advento e Quaresma, apelamos à sensibilidades dos paroquianos
para conseguirmos ter sempre estes bens e colocá-los à disponibilidade
das famílias que mais precisam, porque, parecendo que não, é uma grande
ajuda", assinalou o pároco.Os cabazes são feitos no salão paroquial e são as próprias famílias que os recolhem na paróquia de São José."Não
damos dinheiro. É um plano de emergência alimentar que é conseguido
porque há um apoio transversal da sociedade civil e dos cristãos",
explicou Duarte Melo, referindo, no entanto, que podem ocorrer "casos
pontuais de apoio de medicamentos".Salientando
que se trata de uma paróquia "pequena", onde residem "muitos idosos",
Duarte Melo destacou que aquela faixa etária é quem vai imprimindo "uma
dinâmica ao projeto com a força do amor"."É um projeto de emergência, dar de comer a quem tem fome", vincou.Ainda
assim, o pároco desafiou "a sociedade civil" a juntar-se ao projeto,
perante a possibilidade de surgirem mais pedidos de apoio devido ao
agravamento das condições de vida das famílias."Vão
parecer de certeza mais pedidos de apoio. Por enquanto, continuamos com
o mesmo registo, mas havendo um maior número de pedidos de ajuda temos
de ter outra estratégia para adquirir e entregar os bens", sustentou.Da implementação do projeto surgiu ainda a dinamização da horta social Terra de Pão, que visa o cultivo e produção de alimentos.