Projeto procura criar robô para ajudar pessoas com dificuldade de mobilidade
22 de ago. de 2017, 16:13
— Lusa/AO online
O robô chama-se Vizzy e
esteve hoje em testes com utentes do Centro Comunitário Nossa Senhora
dos Milagres, em Cernache (Coimbra), apesar de ainda estar numa fase
embrionária e ainda sem mostrar grande autonomia. O objetivo do
projeto passa por combater o sedentarismo e ajudar "pessoas que precisem
de fazer exercícios", ao mesmo tempo que poderá medir os resultados de
cada um dos exercícios, fazendo um registo da evolução das pessoas nos
jogos propostos pelo robô, explicou um dos investigadores, Ricardo
Ribeiro. A iniciativa envolve equipas do Instituto de Sistemas e
Robótica (Universidade de Lisboa), da Universidade de Carnegie Mellon,
nos Estados Unidos, da Faculdade de Motricidade Humana, da Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, do Madeira
Interactive Technologies Institute (MITI) e de duas empresas. Numa
das salas do centro comunitário, equipamento da Caritas de Coimbra,
ouvia-se o robô a falar com os utentes, motivando-os nos jogos, com a
interação a ser controlada a partir de um computador. De momento,
ainda pouco distingue o robô de um funcionário, mas, no futuro,
pretende-se que o Vizzy consiga fazer um registo da evolução da
'performance' da pessoa nos jogos, que são projetados no chão e que
decorrem com base em sensores de movimento, explicou o investigador. Com
o robô, será possível fazer "uma avaliação mais fiável do estado de
saúde das pessoas", para além de armazenar os registos numa base de
dados que pode ser consultada por médicos ou fisioterapeutas, sublinhou
Ricardo Ribeiro. A plataforma robótica custa "largas dezenas de
milhares de euros", mas Ricardo Ribeiro acredita que numa produção em
série o preço possa baixar significativamente. "Gostei muito. Devia ser isto todos os dias", realçou Marília Dantas, de 84 anos. Apesar
de ter gostado da experiência, a utente recordou que hoje de manhã um
dos participantes caiu durante os exercícios com a plataforma, podendo
ser "mais complicado" para pessoas com mais dificuldades de mobilidade.