Projeto açoriano para reabilitar no domicilío crianças com problemas respiratórios premiado
7 de nov. de 2022, 17:34
— LUSA/AO Online
O projeto
“Reabilitação Respiratória Pediátrica em contexto de pandemia –
Telecinesiterapia Respiratória e visitação domiciliária”, da equipa de
enfermagem da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, nos Açores, surgiu
em 2020 para melhorar a acessibilidade aos programas de Reabilitação
Respiratória das crianças que ficaram privadas destes cuidados, devido
ao encerramento do Serviço de Cinesiterapia Respiratória do Hospital do
Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, como consequência da
pandemia.A enfermeira Elisabete Lima,
coordenadora da equipa, composta por sete elementos, explicou à agência
Lusa que este trabalho de reabilitação respiratória domiciliária era
feito "essencialmente com idosos ou com utentes totalmente dependentes"."Com
a pandemia, surgiram novas necessidades e iniciamos a visitação
domiciliária com a implementação de programas de reabilitação
respiratória na casa das crianças com risco elevado de agravamento da
sua doença respiratória e consequente internamento hospitalar",
explicou. Posteriormente, com o
agravamento da pandemia em São Miguel, e de modo a respeitar as
indicações das autoridades de saúde, houve a necessidade de reduzir a
intervenção presencial e introduzindo a telecinesiterapia respiratória,
um método que consiste na realização dos exercícios respiratórios por
vídeo consulta. Elisabete Lima sublinhou
que a implementação do projeto contribui para a redução das agudizações
da patologia respiratória e dos internamentos hospitalares, melhorando a
qualidade de vida das crianças e reduzindo custos em internamentos
hospitalares. "No ano de 2021 houve uma redução nos internamentos de crianças na ordem 75%", assinalou a enfermeira coordenadora do projeto.O projeto abrangia em 2021 um total de 24 crianças dos concelhos de Ponta Delgada e Lagoa.Atualmente já cuida de 35 crianças de todos os concelhos da ilha de São Miguel.Elisabete
Lima adiantou que as crianças são referenciadas pelo "pediatra do
Hospital de Ponta Delgada que os acompanha em consulta externa"."Com
a implementação dos exercícios respiratórios e com os ensinos que
fazemos no âmbito de toda a gestão da doença respiratória foi possível
resolver os problemas respiratórias de base, o que se traduziu numa
redução do número de internamentos", realçou.Para
a coordenadora do projeto o prémio agora alcançado motiva toda a equipa
para "continuar a prestar estes cuidados de saúde para o bem-estar da
criança e famílias, reduzindo internamentos e agudizações"."Este reconhecimento significa que estamos no bom caminho para continuarmos a prestar este tipo de cuidados", sublinhou ainda.O
prémio Luísa Soares Branco, segunda edição, é entregue no sábado pela
Associação Respira e a Linde Saúde na sessão conjunta da Sociedade
Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Respira, que se realiza no âmbito
do 38.º Congresso da SPP, no Algarve. O
Prémio Luísa Soares Branco distingue projetos de instituições públicas
ou privadas, que se destaquem na prestação de serviços e cuidados de
saúde a doentes respiratórios crónicos, em especial a pessoas com Doença
Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).