Progressão de carreiras nos Açores só deve começar a ser paga em abril
28 de fev. de 2018, 08:15
— Lusa/AO Online
"Eu
gostaria que fosse antes, mas, pelo andar da carruagem, acho que só lá
para abril, maio. Esperemos que não chegue a junho, porque não é
admissível", disse Francisco Pimentel, que tomou novamente posse
como secretário-coordenador do Sintap/Açores, numa conferência de imprensa, em
Angra do Heroísmo.Segundo
o dirigente sindical, só em alguns serviços da administração pública
local e regional se iniciou o processo de notificação dos trabalhadores
sobre o número de anos de serviço congelados, as classificações
correspondentes a esses anos e a sua tradução em créditos, por isso não é
expectável que as progressões comecem a ser pagas em março."Deviam
ter preparado os serviços para fazerem as notificações no início de
janeiro, para que se processasse o mais tarde em fevereiro", considerou.Também
presente na conferência de imprensa, o secretário-geral nacional do
Sintap e da Federação de Sindicatos de Administração Pública e de
Entidades com Fins Públicos (FESAP), José Abraão, lançou um repto ao
Governo Regional para "celebrar um acordo negocial para o ano de 2018,
que facilite pela negociação a resolução dos problemas de âmbito
regional"."Aquilo
que era uma coisa boa, trouxe ao de cima com este descongelamento todos
os défices de organização e de gestão de recursos humanos que temos na
administração pública", salientou, alegando que é preciso apurar
responsabilidades sobre os atrasos no pagamento da primeira fase das
progressões na carreira.Dos
17.000 funcionários da administração local e regional dos Açores,
Francisco Pimentel estima que apenas 40% tenham progressões na carreira.O
dirigente sindical alertou, no entanto, para algumas "injustiças" na
atribuição das classificações, alegando que os trabalhadores das
carreiras não revistas (inspetores, informáticos e fiscais, por exemplo)
estão a receber um ponto por resultados de "bom" e "muito bom",
referentes a anos anteriores a 2009, quando os colegas de carreiras
revistas recebem dois pontos."Não
faz sentido que, com base formal na lei, se discrimine centenas de
trabalhadores, quando a lei permite que, com uma interpretação, com base
nos princípios da justiça e da equidade, se possa também fazer justiça
relativamente a estes trabalhadores", salientou.Segundo
Francisco Pimentel, também os trabalhadores com contrato individual de
trabalho dos hospitais com estatuto de entidades públicas empresariais
(EPE) são alvos de injustiças, uma vez que exercem as mesmas funções que
colegas considerados funcionários públicos, mas não têm os mesmos
direitos.O
dirigente sindical disse que o Sintap entregou uma proposta de acordo
coletivo de trabalho para estes trabalhadores, em setembro, mas ainda
não obteve resposta do Governo Regional, pelo que vai solicitar uma
audiência "com caráter de urgência" ao secretário regional da Saúde.O
secretário-geral do Sintap/Açores adiantou, ainda, que falharam as
negociações, que decorriam há mais de um ano, com as Misericórdias e
Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), no sentido de
se rever o acordo coletivo de trabalho."No
final do ano passado, fomos confrontados com uma decisão unilateral de
que não há dinheiro", apontou, acrescentando que o sindicato vai exigir à
Secretaria Regional da Solidariedade Social um reforço de verbas para
estas instituições.