Em nota enviada à comunicação social, Eva Giacomello, Frédéric Vandeperre, Miguel Machete, Mirko De Girolamo e Pedro Afonso afirmam que caso se confirme, esta situação poderá colocar em risco obrigações legais nacionais e europeias, certificações internacionais e a continuidade de séries de dados consideradas essenciais para a gestão sustentável da pesca e dos recursos marinhos, além de implicar a perda de dezenas de postos de trabalho qualificado.Segundo os coordenadores dos Programas de Monitorização Marinha e Apoio à Decisão no setor das pescas a preocupação aumentou após as recentes declarações do secretário regional do Mar e das Pescas, em comissão parlamentar, onde foi referido que parte dos protocolos de financiamento dos Programas de Monitorização não serão renovados em 2026. A falta de informação e diálogo, até ao momento, por parte do Governo Regional, está a gerar inquietação junto das instituições científicas e do setor das pescas no arquipélago.Refira-se que atualmente, estes programas são financiados exclusivamente ou em parte pela Secretaria Regional do Mar e das Pescas e geridos pelo IMAR - Instituto do Mar.Entre os principais projetos encontram-se: DEMERSAIS e DEMERSAIS/CONDOR (monitorização de peixes comerciais demersais e de profundidade na região e no Banco Condor), POPA (programa de observação das pescas, especialmente para a pesca de atum com salto e vara e certificações Dolphin Safe, FoS e Naturland), COSTA (monitorização da pesca com palangre de superfície), MoniCO (monitorização de recursos e ambientes costeiros para apoiar a implementação de áreas marinhas protegidas) e AQUALAB (laboratório experimental de aquacultura).Segundo a nota, no seu conjunto, estes programas asseguram dados científicos que sustentam a gestão da economia azul e da biodiversidade marinha nos Açores, além de garantirem o cumprimento das obrigações previstas em diplomas internacionais como a Política Comum de Pescas e a Diretiva Quadro para a Estratégia Marinha.