Programa para redução dos comportamentos aditivos e dependências nos Açores apresentado este mês
4 de jun. de 2025, 14:12
— Lusa/AO Online
“O
Programa Regional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e
Dependências, parte integrante do Programa do XIV Governo Regional,
preconiza uma intervenção em linha com o que o país e a União Europeia
consideram ser basilar para trabalhar nesta área”, afirmou a secretária
regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, no parlamento
regional, na Horta, no debate de urgência pedido pelo Chega sobre “O
combate às dependências químicas e tecnológicas: o que temos feito ou
podemos fazer?”.Segundo a governante, o
documento, que engloba o Programa do Governo e que tem a vigência de
cinco anos (2025-2030), será apresentado publicamente, no dia 27 de
junho, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, “aquando da assinatura do
protocolo de cooperação da Macaronésia, na medida em que estas regiões
enfrentam desafios comuns no âmbito dos comportamentos aditivos e
dependências e saúde mental, como forma de promover a saúde, o bem-estar
e o desenvolvimento das populações e respetivas comunidades regionais”.“A
visão estratégica do plano incide na consolidação e aprofundamento de
uma política pública integrada e eficaz no âmbito da prevenção dos
comportamentos aditivos e dependências, com base numa articulação
intersetorial, visando ganhos em saúde e bem-estar na sociedade”,
admitiu.Para assegurar os mecanismos
alinhados com esta visão, Mónica Seidi adiantou que foram definidos
alguns princípios como o da centralidade no cidadão e a intervenção
integrada “que implica que toda a comunidade esteja envolvida no
processo de intervenção”.Mónica Seidi
também revelou que o Observatório Regional das Drogas “começará a ser
definido no presente ano com o reforço da equipa da Direção Regional de
Prevenção e Combate às Dependências na ilha de São Miguel”.“Será
uma ferramenta valiosa de produção de conhecimento, permitindo recolher
dados por ilha, faixa etária e tipologia de risco, viabilizando uma
afinação progressiva das políticas públicas adaptadas à realidade de
cada comunidade. A sua implementação evoluirá por três fases distintas,
sendo que será necessário um parceiro externo com conhecimento na área”,
admitiu.No âmbito das medidas tomadas
pelo executivo regional para combater o problema das dependências,
lembrou que em maio de 2023 foi criada a ‘Task Force - Açores’ que
integra várias entidades e tem como propósito “a análise da realidade
regional nesta matéria, assim como promover um debate articulado entre
os vários intervenientes do setor nos vários eixos de atuação, bem como
propor medidas adequadas às problemáticas entretanto identificadas”.A
‘Task-Force Açores’ já reuniu 11 vezes e prepara a 12.ª reunião, que
acontecerá na sexta-feira, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel,
“para analisar e debater a implementação de salas de consumo assistido
na região”, adiantou.“A prevenção é sem
dúvida alguma a aposta clara que temos de continuar a fazer, de forma a
evitar o início de consumos, e para que todo e qualquer indivíduo tenha
noção das escolhas feitas”, assumiu na sua intervenção.Já
relativamente ao eixo do tratamento, a secretária regional da Saúde e
Segurança Social dos Açores considerou que o grande objetivo consiste em
“disponibilizar a toda a população o acesso em tempo útil a respostas
terapêuticas integradas”.“A intervenção integrada implica que toda a comunidade esteja envolvida no processo de intervenção”, concluiu.