Programa do novo executivo começa hoje a ser discutido
Açores/Governo
9 de dez. de 2020, 10:46
— Lusa/AO Online
O novo Governo Regional dos
Açores, liderado por José Manuel Bolieiro, do PSD, tomou posse no final
de novembro na Assembleia Legislativa da região.Antes,
havia já sido empossado o novo presidente do parlamento açoriano, o
social-democrata Luís Garcia, eleito com 29 votos, o necessário para a
maioria absoluta no hemiciclo.O programa
do novo Governo dos Açores, que tem Artur Lima (CDS-PP) como
vice-presidente, reconhece que a região "vive uma situação económica e
social delicada", e admite que a pandemia agravou "debilidades" nesses
dois campos."A Região Autónoma dos Açores
vive uma situação económica e social delicada, agravada pelas
consequências da pandemia por SARS-CoV-2, que se projeta, de forma
dramática, na vida das pessoas e das empresas, agravando a debilidade
empresarial e condicionando o desempenho da região e das suas
indeclináveis responsabilidades na proteção dos mais desfavorecidos",
diz o executivo no arranque do documento.De
acordo com o Governo Regional, formado por PSD, CDS e PPM, "a
estabilidade política decorrente de uma maioria plural no plano
parlamentar tem de traduzir-se numa governação que permita aos Açores
terem ganhos substanciais em relação aos indicadores médios da União
Europeia, e uma diminuição do peso do Estado e da região na economia e
na sociedade".O primeiro tema que aparece
no Programa do XIII Governo dos Açores é a autonomia, uma questão que o
executivo quer “desenvolver e aprofundar”.Para
“aprofundar e concluir o processo de reforma da autonomia iniciado na
legislatura anterior”, a primeira medida apresentada é uma “revisão
Constitucional, contemplando a clarificação e ampliação das competências
legislativas regionais, uma adequada repartição de competências entre o
Estado e as Regiões Autónomas quanto ao domínio público marítimo, a
designação de um juiz para o Tribunal Constitucional por cada região
autónoma e o fim da proibição da existência de partidos regionais”.O
texto reconhece "graves problemas" na transportadora aérea SATA e
promete uma atuação política "com determinação e firmeza" na tentativa
de superá-los."O Governo Regional afirma
que a SATA é de superior interesse regional. O nosso compromisso é
promover a sua solvência e, em articulação com as autoridades europeias
que aprovarão o seu plano de reestruturação, manter a empresa
financeiramente resgatada e os seus serviços públicos essenciais",
considera o Governo dos Açores, no capítulo do Programa destinado aos
transportes na região.Os Açores terão um
plano regional de vacinação contra a covid-19, que será “articulado” com
o plano nacional, com o objetivo de “assegurar a vacinação de todas as
pessoas que desejam”, foi também já anunciado.No
campo da educação, o Programa prevê uma aposta nas tecnologias e nas
línguas estrangeiras no ensino público regional, e quer garantir a
valorização dos profissionais da educação e mais autonomia às escolas.Reconhecendo
que “é com a educação que se realiza a mobilidade social ascendente,
pilar de um novo paradigma de desenvolvimento”, o Programa do novo
Governo Regional quer “dotar as escolas, os professores e os alunos de
equipamento informático que permita o recurso ao ensino à distância, em
condições de equidade, bem como ao uso de manuais e aplicações
digitais”.É também defendido, por exemplo,
um “novo modelo de desenvolvimento económico” que promova o equilíbrio
entre o investimento público e privado, e preconizado um conjunto de
planos de desenvolvimento rural específicos para cada ilha, a par da
economia verde em espaços ecológicos e da promoção de emprego para os
jovens.Na entrega do documento na
Assembleia Legislativa regional, tida na semana passada, José Manuel
Bolieiro reiterou ainda o desejo de reduzir os impostos no arquipélago,
até ao máximo permitido por lei, tanto para particulares como para as
empresas.O PS perdeu em outubro a maioria absoluta que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.PSD,
CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo
de governação. A coligação assinou ainda um acordo de incidência
parlamentar com o Chega e o PSD um acordo de incidência parlamentar com o
Iniciativa Liberal (IL), somando assim o número suficiente de deputados
para atingir uma maioria absoluta