Programa abem permitiu poupar 29 M€ em urgências e internamentos em sete anos
22 de out. de 2024, 09:39
— Lusa/AO Online
Segundo um
estudo que será divulgado esta terça-feira sobre o impacto do Programa abem: Rede
Solidária do Medicamento, que é desenvolvido pela Associação Dignitude, o
projeto já apoiou mais de 38.000 pessoas, tendo contribuído para a
dispensa de quase três milhões de embalagens de medicamentos.O
estudo, que será apresentado na “Conferência abem: Saúde &
Sustentabilidade”, em Lisboa, a poupança conseguida entre maio de 2016 e
dezembro de 2023 (mais de 29 milhões de euros) foi estimada tendo em
conta os episódios de urgência e internamentos evitados pelo cumprimento
da terapêutica de quem beneficiou deste apoio na compra dos
medicamentos.Os dados indicam que mais de
metade da poupança estimada (16,9 M€) se deve a internamentos evitados
de doentes de psiquiatria, seguidos dos internamentos dos doentes com
enfarte agudo do miocárdio (6,2M€), das poupanças conseguidas no
programa de tratamento da diabetes tipo 1 (3,1M€), dos episódios de
urgência (1,8 M€) e dos internamentos de doenças com asma/pneumonia (1,4
M€). Anualmente, por cada milhão de
euros investido neste programa consegue-se uma poupança potencial de 5,4
milhões de euros (M€) para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).O
Índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela Nova Information
Management School (Nova IMS), estima que uma em cada dez pessoas não
compre os medicamentos prescritos porque não tem dinheiro para os pagar.Tendo
este dado em conta, o estudo estima que, se o Programa abem: tivesse
chegado no ano passado às cerca de 920 mil pessoas que todos os anos
deixam de comprar os medicamentos de que precisam por falta de dinheiro,
"com um investimento de 142 M€ teria sido possível uma poupança
superior a 772 M€ em internamentos e episódios de urgência evitados".O
estudo, que avaliou também o impacto ambiental do programa, aponta para
uma redução das deslocações aos hospitais para episódios de urgência e
internamentos. Anualmente, por cada beneficiário abem: evita-se a
emissão de cerca de 4,14 kg CO2. Extrapolando
para todo o universo de beneficiários do programa, estima-se em 62,39t
CO2 as emissões evitadas no ano passado, o equivalente a 1188 viagens
Lisboa – Porto de carro.O Programa abem:
está presente em todos os distritos e regiões autónomas dos Açores e
Madeira, cobrindo uma área geográfica onde reside 65% da população
portuguesa. A avaliação feita indica que o
projeto, em dezembro de 2023, já tinha apoiado mais de 35300 pessoas,
num total superior a 20000 famílias, com mais de 9,6 M€ em
comparticipações na compra de medicamentos.Mais
de três em cada quatro (78,3%) medicamentos comprados com apoio do
Programa abem: são utilizados para o sistema nervoso, aparelho
cardiovascular, aparelho digestivo e metabolismo e aparelho
respiratório.Em Portugal, as doenças
cardiovasculares são responsáveis por 27,4% das mortes (causa n.º1). As
doenças respiratórias têm um peso de 9,1% e as do aparelho digestivo e
diabetes 7,5%.Em dezembro de 2023, o
Programa abem: tinha mais de 1160 farmácias aderentes e 642 associados
(empresas e pessoas singulares), registando mais de 50.000 doadores. As
famílias em situação de carência podem ser referenciadas ao Programa
pelas entidades parceiras locais, que vão desde juntas de freguesia e
câmaras municipais, a instituições de solidariedade. Depois de
referenciado, cada elemento da família tem acesso ao cartão abem:
bastando apresentá-lo numa farmácia aderente para poder comprar os
medicamentos comparticipados que lhe forem prescritos, com a despesa
coberta pelo Fundo Solidário.