Professores escrevem ao primeiro-ministro a pedir respeito
3 de dez. de 2018, 16:57
— Lusa/AO Online
A
Federação Nacional dos Professores (Fenprof) entrega na quinta-feira ao
primeiro-ministro, António Costa, os milhares de postais recolhidos há
semanas junto da população, de apoio às reivindicações dos docentes, que
continuam a exigir a contagem integral dos mais de nove anos de tempo
de serviço congelado.Mas
a partir desta segunda-feira apela também aos docentes para que encham a caixa de
email do gabinete do primeiro-ministro com a mesma mensagem repetida.“Sou
professor(a) e mereço respeito” é como começa o texto em cada um dos
postais, hoje divulgado em comunicado, que insiste na contagem de todo o
tempo de serviço, na reivindicação de igualdade com os colegas dos
Açores e da Madeira, que terão todo o tempo contado, recusando a
discriminação e que o primeiro-ministro se recuse a voltar às
negociações, a que o Governo voltou a ficar obrigado, por força das
alterações aprovadas no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019).Para
a Fenprof, o primeiro-ministro desrespeitou os professores e a
Assembleia da República quando “afirmou que não voltaria a negociar essa
matéria com os professores”.A
federação acusa ainda o Governo de “fazer chantagem sobre os
professores, ameaçando com um ‘ou isto ou nada’”, tendo por base uma
notícia de hoje do jornal ‘Público’, que cita anonimamente um
governante, que defende que os professores correm o risco de ficar sem
qualquer percentagem de tempo contabilizada, uma vez que a proposta de
alteração aprovada no OE2019 apenas obriga a negociar, não impondo
prazos ou condições.“Não
surpreende esta chantagem porque não é nova. O ministro da Educação, em
junho passado, chegou a levá-la para a mesa das negociações”, lê-se no
comunicado da Fenprof.Em
declarações à Lusa, depois de aprovada a proposta de alteração ao
OE2019 que obriga o Governo a voltar a negociar com os professores, o
secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, defendeu que reinscrever a
mesma norma no orçamento do próximo não significava deixar tudo na
mesma, até porque no próximo ano há eleições legislativas e os
professores podem dar nas urnas a resposta ao que for, ou não, decidido
pelo executivo de António Costa.