Professores de fora dos Açores só se deslocam à escola 14 dias depois de teste
21 de ago. de 2020, 14:58
— Lusa/AO online
“Só iniciarão funções nas escolas
14 dias após o primeiro teste negativo, permanecendo durante este hiato
temporal na ilha de lecionação em regime de teletrabalho”, avançou hoje
o secretário regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses, numa
conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.À
semelhança de todos os passageiros que chegam aos Açores, os docentes
terão de realizar um teste de despiste do novo coronavírus até 72 horas
antes de embarcarem ou à chegada, repetindo-o seis dias depois.As
aulas arrancam em 15 de setembro, em regime presencial, mas os docentes
que tenham chegado de fora só poderão voltar às salas de aula passados
14 dias do teste negativo.Além das medidas
de higienização e de promoção do distanciamento social, foram dadas
instruções às escolas para garantirem “o desfasamento de horários entre
turmas e níveis de ensino, também para facilitar o alargamento do
horário de almoço e para a utilização dos transportes à luz das regras
em vigor”.Em caso de necessidade, as
escolas poderão mesmo recorrer às aulas ao sábado e nas cantinas haverá a
possibilidade de recurso ao regime de take-away.Serão
distribuídas "duas máscaras reutilizáveis a todos os membros da
comunidade escolar, encontrando-se em marcha um processo de aquisição de
60 mil máscaras", e os alunos beneficiários dos primeiros escalões de
ação social escolar "receberão um reforço de máscaras no decurso do ano
letivo".O plano A para o próximo ano
letivo é o regime presencial, mas está previsto um plano B, em caso de
agravamento da pandemia da covid-19, com aplicação “total ou parcial” de
ensino à distância, com recurso à tele-escola e às plataformas
digitais.“Independentemente do arranque do
ano letivo em modo presencial, em cooperação com a RTP/Açores,
voltaremos ao ensino televisivo para o pré-escolar e para o primeiro
ciclo, em horário mais reduzido, mas suscetível de alargamento em caso
de necessidade”, salientou Avelino Meneses.Este
ano letivo, o executivo açoriano emprestou “mais de 2.500 computadores e
cerca de 1.500 dispositivos de acesso à internet” para garantir o
acesso do ensino à distância a todos os alunos e no próximo ano letivo
existirão mais meios à disposição.“Já
concretizámos um processo de aquisição de mais 500 computadores para
reforço da nossa capacidade de empréstimo em caso de necessidade”,
avançou o governante.Ainda que não seja
necessário recorrer às plataformas digitais, haverá no próximo ano
letivo um “reforço da utilização de novas tecnologias no sistema
educativo regional”, para que o ensino à distância se possa assumir como
“um substituto verdadeiro do ensino presencial”.Quanto
à recuperação de aprendizagens, será feita no tempo definido pelos
órgãos diretivos e pedagógicos das escolas, consoante as necessidades, e
através dos instrumentos de intervenção já existentes.“Importa
recuperar algumas aprendizagens? Certamente que sim. Durante quanto
tempo? Isso não sabemos. É variável consoante os contextos de cada
escola, mesmo de cada turma. Pode ser necessário três, quatro, cinco
semanas. Noutros casos pode ser uma tarefa para cumprir um ano inteiro”,
explicou o governante.O secretário
regional sublinhou, no entanto, que os Açores foram “a região que mais e
mais rapidamente disponibilizou utensilagem informática e acessos à
internet aos alunos” e que “o tempo de ensino à distância foi um tempo
de progresso, jamais de retrocesso das aprendizagens”.“Os
professores não têm de dar a matéria que não deram em 2019/2020 mais
aquela que está prevista para o próximo ano letivo. Isso seria um erro
crasso a causar um autêntico sufoco entre professores, alunos e
famílias”, frisou.