Professores concluem que ensino à distância agravou desigualdades entre alunos
Covid-19
3 de mai. de 2021, 14:17
— Lusa/AO Online
Segundo
o estudo, hoje divulgado publicamente, 80% dos 280 professores que
participaram no inquérito aludiram a uma redução efetiva ao nível das
aprendizagens, enquanto 70,3% se manifestaram convictos de que o ensino à
distância foi mais penalizante para os alunos que beneficiavam de
medidas de inclusão educativas.O mesmo
estudo revela que 91,4% dos professores inquiridos se queixam que
aumentou o seu trabalho burocrático dos professores, ficando pelos 48,5%
os que consideram que os alunos tiveram acesso aos recursos
necessários.Em causa está o estudo
nacional "Perceções dos professores sobre o ensino à distância",
coordenado pela Universidade do Minho, que contou com a participação de
280 docentes e que hoje é apresentado publicamente.Os dados foram recolhidos em janeiro de 2021, através de inquérito por questionário.Os
professores concordam que a escola tenha adquirido mais protagonismo
social (50,6%), revelando satisfação pessoal (44,2%) e profissional
(37,9%).Porém, discordam da adequação das
medidas tomadas pelo Ministério da Educação (43,9%) e da ideia de que a
pandemia tenha contribuído para a valorização da profissão docente
(41,1%).No que diz respeito à contribuição
ou não da pandemia para a necessidade de serem alteradas práticas
curriculares, os professores concordam com a valorização da educação
para a cidadania (79,2%), sobretudo com a educação para a cidadania
centrada em problemas que afetam os alunos, ao nível global (72,9%) e ao
nível local (70%).Concordam também com a necessidade de adaptar o currículo ao contexto dos alunos (70%). São
favoráveis à necessidade de serem alteradas as práticas curriculares
que tendem a valorizar os resultados escolares (66,4%) e à necessidade
de a escola ser dotada de autonomia curricular (54,3%).Reconheceram
ainda que a pandemia é um “momento único” para a consciencialização dos
alunos relativamente ao tema das mudanças climáticas (53,5%).