Professores apupam presidente do Governo dos Açores e exigem descongelamento da carreira
18 de jul. de 2018, 08:37
— Lusa/AO Online
"Vasco,
escuta, os professores estão em luta", entoaram os docentes, que
envergavam t-shirts pretas com a frase "professores em luta", apelando a
que o executivo açoriano utilize a "autonomia" que a Região possui, em
matéria de Educação, para adotar uma solução para resolver o impasse na
progressão da carreira docente.O
chefe do executivo, que atravessou a estrada em frente ao parlamento,
para ouvir os manifestantes, teve de interromper o seu discurso por mais
de uma vez, atendendo às palavras de ordem e aos cânticos entoados
pelos manifestantes."Desta
maneira, vamos todos para a Madeira", gritaram os professores, numa
alusão à reposição do tempo de serviço, determinada pelo executivo
madeirense."É
uma questão de respeito", argumentou Vasco Cordeiro, referindo-se à
forma como foi interrompido pelos professores, que acabaram por fazer
silêncio e permitir que o presidente do Governo terminasse o raciocínio,
esclarecendo que não estava ali para "convencer ninguém" dos seus
argumentos, mas apenas para clarificar a posição da tutela sobre este
assunto.O
presidente do executivo adiantou que o Governo está "confiante" de que o
Ministério da Educação e os sindicatos de professores vão chegar a um
entendimento sobre o descongelamento da carreira docente a nível
nacional, adiantando que, tal como já tinha prometido, a Região irá
adotar a mesma decisão que for acordada em Lisboa.Já
durante a manhã, num debate de urgência no parlamento, sobre Educação,
suscitado pelo Bloco de Esquerda, Vasco Cordeiro explicou que a Região
vai aguardar pela decisão que o Governo da República adotar a nível
nacional, para só depois tomar uma decisão."A
solução global para este assunto deve ser avaliada no seu conjunto e
podem, no decurso deste processo negocial, surgir questões que não estão
na área de competências da Região", justificou, na altura, o chefe do
Governo, insistindo que a atitude mais correta é aguardar pela conclusão
das negociações em Lisboa.Apesar
disso, todos os partidos da oposição com assento parlamentar (PSD, CDS,
BE, PCP e PPM), defenderam no parlamento, e repetiram a argumentação
junto dos manifestantes, de que a região não necessita de aguardar por
um entendimento a nível nacional para acabar com a discriminação da
carreira docente nos Açores.