"O novo instrumento financeiro pode ser usado para o setor do leite, os produtores podem pedir crédito a um prazo de 10 ou 12 anos a uma taxa fixa e com um padrão regular de pagamentos", disse o comissário.

Hogan reconheceu que "uma geração de produtores de leite terá de se adaptar a circunstâncias completamente novas e seguramente que a alguma instabilidade", mas considerou que o fim das quotas -- no dia 31 de março -- representa um desafio.

"Recentrando-se em produtos de valor acrescentado e nos ingredientes dos produtos funcionais, o setor leiteiro tem potencial para se tornar um motor económico da União Europeia", adiantou.

Em relação a regiões com necessidades específicas, como o arquipélago dos Açores, o comissário salientou que os programas de desenvolvimento rural (PDR) apresentados pelos Estados-membros permitem medidas especialmente dirigidas.

O PDR para os Açores, no valor de 295,3 milhões de euros, prevê já medidas que reforçam o apoio à modernização das explorações, valorizando a qualidade do leite produzido.

A Comissão Europeia e o Banco Europeu de Investimento (BEI) apresentaram na segunda-feira um modelo de instrumento de garantia que facilita o acesso dos agricultores a crédito e que pode ser adaptado pelos Estados-membros para configurar financiamentos, no âmbito dos PDR para o período 2014-2020.

O modelo tem como objetivo ajudar os agricultores e outras empresas rurais no acesso a crédito e os Estados-membros, ou mesmo regiões, podem adaptá-lo para criar instrumentos financeiros ao abrigo dos programas de desenvolvimento rural, no âmbito do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (Feader).